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Política

Possibilidade de 2º turno aumenta custo da eleição em R$ 447 mil

Fabiano Arruda e Elverson Cardozo | 26/09/2012 18:27
Estimativa do TRE mostra que 2º turno, que não ocorre há 16 anos, custará R$ 447 mil em Campo Grande. (Foto: arquivo)
Estimativa do TRE mostra que 2º turno, que não ocorre há 16 anos, custará R$ 447 mil em Campo Grande. (Foto: arquivo)

A iminência do segundo turno na disputa à Prefeitura de Campo Grande vai aumentar em quase meio milhão o custo da eleição.

Segundo dados do TRE/MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul), o custo estimado para o segundo turno é de R$ 447 mil.

Isso porque a despesa calculada por eleitor, que somam 561.630 na Capital, cai de R$ 2,07 para R$ 0,80. Conforme o Tribunal, a queda está atrelada ao fato de os valores serem despendidos apenas para a eleição na cidade.

Além disso, o pagamento de diárias é reduzido e os mesários convocados, por exemplo, já são chamados para os dois turnos. Menos da metade dos mesários são voluntários, conforme o Tribunal.

Como no primeiro turno os gastos estimados para o TRE na Capital são de R$ 1,629 milhão, a despesa total do pleito nos dois turnos soma R$ 1,633 milhão. Em Mato Grosso do Sul, a estimativa é de R$ 3,674 milhões.

Depois de muito tempo - Além dos simples números, o segundo turno é algo que o campo-grandense não vê desde 1996, quando André Puccinelli (PMDB) derrotou Zeca do PT por uma diferença mínima de votos.

Nas três eleições seguintes, vitórias no primeiro turno. Em 2000, André se reelegeu em vitória sobre Ben Hur, à época, do PT. Quatro anos mais tarde, Nelson Trad Filho (PMDB) se elegeu prefeito pela primeira vez tendo como maior rival Vander Loubet (PT). A reeleição veio em 2008 contra Pedro Teruel (PT).

Para o professor e sociólogo Paulo Cabral, a iminência da disputa em dois turnos na Capital está relacionada ao “desgaste” gerado por 20 anos de administração do mesmo grupo político.

Operadora de telemarketing, Ivone Miranda, considera positivo o segundo turno. (Foto: Simão Nogueira)
Operadora de telemarketing, Ivone Miranda, considera positivo o segundo turno. (Foto: Simão Nogueira)

“Quando um grupo está há muito tempo no Poder, o desgaste é inevitável”, disse, avaliando que Edson Giroto (PMDB) apresenta rejeição muito mais por representar o continuísmo do que pela própria figura política.

Segundo ele, embora seja um marco histórico, o eleitor não se atém de forma mais concreta de que a eleição vai para o segundo turno.

“Não dá para dimensionar o nível de consciência do eleitorado. Fato é que a tendência é pelo voto de mudança e isso (disputa acirrada) dá mostras que o eleitor tem condição de interferir no processo, o que é positivo”, analisa.

Eleitorado - Nas ruas, as opiniões sobre a disputa ter dois turnos na Capital se divergem. Para a cozinheira Aparecida Vera Neto, 48 anos, o pleito deveria ser definido no primeiro turno. Ela acredita ser “penoso” votar duas vezes.

A assistente administrativo Shirley Pereira da Silva, 43 anos, segue a mesma linha de que o novo prefeito fosse escolhido em 7 de outubro, no entanto, opina que, para ocorrer uma mudança na gestão da Prefeitura, o processo deva se estender.

A operadora de telemarketing Ivone Miranda, 35 anos, considera positivo o segundo turno. “É bom. Daí fica só dois e fica mais fácil para decidir”, comentou.

Já Matilde Zuza de Andrade, 47 anos, que trabalha como serviços gerais, avalia que o eleitor está mais consciente e por isso a prorrogação na escolha do novo chefe do Executivo Municipal.

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