Prefeitura declara “estranheza” e que operação da PF é com fatos velhos
“Não vê nenhum fato novo que motivasse a operação policial às vésperas das eleições”
A Prefeitura de Corumbá divulgou nota à imprensa sobre a operação da PF (Polícia Federal) nesta terça-feira (dia 10). As equipes foram à casa do prefeito Marcelo Iunes (PSDB), candidato à reeleição; ao laboratório do irmão de Iunes, que tem contrato sem licitação; e à Secretaria Especial de Cidadania.
Segundo o documento, a ação trouxe “estranheza” porque o Poder Executivo não vê nenhum fato novo que motivasse a operação policial às vésperas das eleições.
“Pela imprensa, tomou conhecimento que a investigação é relacionada ao processo de credenciamento do Executivo municipal com o laboratório Citolab. O fato causou estranheza porque o mesmo objeto já foi averiguado pelo Ministério Público Estadual (MPE) e pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS), sendo arquivado por ambos”.
O contrato está suspenso desde junho pelo TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Na sequência, a prefeitura divulgou em nota os posicionamentos dos dois órgãos.
A promotoria apontou que a denúncia sobre a empresa pertencer de fato à primeira-dama e estar em nome de “laranja” não encontrou respaldo em provas. Já o TCE não viu irregularidade no credenciamento do laboratório.
“Também verificamos que a questão do parentesco dos ex-sócios e do atual com o Prefeito já foi objeto de análise pelo Ministério Público, que arquivou a notícia de fato por entender que inexiste irregularidade”, informa a nota, reproduzindo decisão do Tribunal de Contas.
A empresa – O Citolab Laboratório já recebeu R$ 982 mil, num contrato sem licitação. Até 2017, a empresa era de José Batista Aguillera Iunes e Amanda Cristiane Balancieri Iunes, respectivamente irmão e esposa do prefeito.
Em maio daquele ano, Amanda Iunes deixou a sociedade, restando somente José Batista. Desta forma, a empresa mudou de nome: de A.C.B. Iunes (iniciais de Amanda) para J.B.A. Iunes (iniciais de José). Marcelo Iunes assumiu a prefeitura de Corumbá em novembro de 2017, após a morte do prefeito Ruiter Cunha.
Nesta terça-feira, em breve entrevista na porta de casa, o chefe do Executivo municipal disse apenas que se trata de uma investigação sobre “o laboratório”. “E aí minha esposa foi dona do laboratório e vieram conferir a documentação”.