Protesto na porta da casa de deputado ganha gerador, banheiros e refeitório
Manifestantes estão com banheiros químicos, alimentação e luz elétrica a disposição
Grupo de 300 pessoas permanece acampado em frente ao condomínio onde mora o deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS), em Campo Grande, em protesto contra a reforma da previdência, no qual o parlamentar é presidente da comissão especial. Foi montada uma estrutura com banheiros químicos, gerador de energia e alimentação disponível.
Liderados por movimentos sociais como a Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), MST (Movimento Sem Terra), MPL (Movimento Popular de Luta) e outros sindicatos, os manifestantes montaram uma estrutura com sete banheiros químicos, gerador de energia e alimentação, com direito a café da manhã, almoço e janta.
Foram montados quatro grandes barracões com lonas, onde este grupo passou a noite, tendo inclusive chuveiro instalado no local. Eles estão em frente ao condomínio desde o final da manhã de ontem (15), quando foi realizada a manifestação nacional, contra a reforma da previdência.
Hoje pela manhã já comeram café da manhã, tendo a disposição pão com mortadela e banana. O presidente da Fetems, Roberto Botarelli, explicou que existem três cozinhas funcionando a disposição do grupo, sendo uma na sede do sindicatos dos professores, outra no Sintracon (Sindicado dos Trabalhadores nas Industrias da Construção e do Imobiliário) e ainda funciona uma no acampamento.
Botareli afirma que os custos de alimentação e toda estrutura estão sendo divididos entre os movimentos sociais, entidades e sindicatos que participam do protesto. "Só vamos deixar o local quanto o deputado (Carlos Marun) vir aqui conversar com a gente, tendo uma posição contrária a reforma da previdência", disse ele.
Manifestantes - Rosângela Oliveira, de 51 anos, que faz parte do MST, disse que o ambiente no local está bem tranquilo e até agradável e que só deixa o local, depois de uma "reviravolta no projeto da reforma". Já Anair J.F. ponderou que os protestantes esperam uma resposta de Marun sobre o caso.
Marun disse ao Campo Grande News que classifica o protesto como "desrespeitoso" e "covarde", já que traz constrangimentos a sua família e vizinhos. Ele ainda ponderou que desta forma "perdeu o respeito a manifestação" e que estas ações não vão mudar sua forma de pensar.
Em conversa com a segurança do condomínio Dama, foi repassado que até o momento o protesto não gerou qualquer incidente ou transtorno aos moradores, que segundo eles, segue sua rotina e vida normal. O acampamento fica em torno de 200 metros da entrada do condomínio.