Puccinelli puxa fila de empresários e políticos em audiência da Coffee Break
As audiências para ouvir denunciados sobre complô para cassar Bernal começam em 16 de março
A versão cível da operação Coffee Break, em que os denunciados respondem por improbidade administrativa, entra na fase de audiências em 16 de março, com o ex-governador André Puccinelli (MDB) abrindo os depoimentos. O cronograma foi publicado ontem (dia 17) pelo juiz da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, David de Oliveira Gomes Filho.
No mesmo dia, a partir das 14h, serão ouvidos Carlos Naegele (empresário), Mário César de Oliveira Fonseca (ex-vereador) e Flávio César Mendes de Oliveira (ex-vereador e atual secretário estadual ajunto de Governo).
No dia seguinte, 17 de março, os interrogatórios serão de Raimundo Nonato de Carvalho (empresário), Luiz Pedro Gomes Guimarães (empresário), André Scaff (ex-procurador municipal), Gilmar Nery de Souza (vereador) e José Airton Saraiva (ex-vereador).
Em 18 de março, as audiências prosseguem com os empresários João Alberto Krampe Amorim dos Santos e João Baird, que ficou conhecido como o Bill Gates Pantaneiro pelo sucesso das empresas de informática, com grandes contratos com o poder público.
Ambos também dividem denúncias da operação Lama Asfáltica, em que a Polícia Federal investigou corrupção. Na mesma data, também serão ouvidos o vereador Carlos Augusto Borges e o ex-vereador Waldecy Batista Nunes, o Chocolate.
Em 19 de março, o cronograma de audiências prossegue com o ex-prefeito Gilmar Olarte e os vereadores Eduardo Romero, Otávio Trad e João Rocha (presidente da Câmara Municipal de Campo Grande).
Já em 20 de março, a Justiça convocou três ex-vereadores: Edil Albuquerque, Paulo Siufi e Jamal Salem. Para o ex-prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho, atual senador, foi feito um convite. De acordo com o Código de Processo Civil, senadores têm prerrogativa de indicar dia, hora e local para ser ouvido.
“Assim, ele não será ouvido, para se evitar atrasos ao andamento do processo, a menos que voluntariamente ele se disponha a ser ouvido na data acima”, afirma o magistrado. No caso, 20 de março, a partir das 14h.
Em julho, serão ouvidas cerca de 30 testemunhas de acusação. Depois, a Justiça ouve testemunhas de defesa.
Cassado - Realizada em 25 de agosto de 2015 pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), a Coffee Break apontou complô entre políticos e empresários para a cassação do então prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP).
Em 2017, o juiz David de Oliveira Gomes Filhos aceitou denúncia por improbidade administrativa contra 28 pessoas. O pedido era de indenização de R$ 25 milhões por danos morais coletivos.
Na sequência, o TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) excluiu vários denunciados. O MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) entrou com recurso no STJ (Superior Tribunal de Justiça), que determinou o prosseguimento do processo.