Relatório final é rico em provas e pedirá vários indiciamentos, diz deputado
A CPI do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) irá apresentar na quarta-feira (4), a partir das 14h, o relatório final da investigação. O documento terá 227 páginas, contendo dados, depoimentos e informações colhidas durante os trabalhos. Ele vai pedir o indiciamento de várias pessoas, por incentivo e financiamento de invasões no Estado.
O relator da CPI, o deputado Paulo Corrêa (PR), vai ler o documento na íntegra, com previsão de durar 4 horas. "Vou ler o relatório completo e posso adiantar que está bem embasado em provas e fatos reais, não se trata de nenhuma história inventada, tenho total confiança no que foi apurado", disse o parlamentar.
Corrêa confirmou que o relatório vai pedir o indiciamento de várias pessoas, no entanto não quis especificar os nomes e os devidos motivos, antes da leitura para os membros da CPI. "Vamos explicar cada situação em detalhes no relatório, depois entregar uma cópia para cada integrante, que poderá analisar com cuidado todas as páginas".
A previsão é que na próxima terça-feira (10), este relatório seja votado na CPI. "Aqueles que forem contra as provas e conclusão dos trabalhos, podem votar em separado, mostrando sua posição, depois iremos enviar para todos os órgãos de controle, que deverão tomar as devidas providências".
O relatório será encaminhado para Polícia Federal, MPE (Ministério Público Federal), MPF (Ministério Público Federal), AGU (Advocacia-Geral da União) e Presidência da República. A presidente da CPI, a deputada Mara Caseiro (PSDB), já adiantou que existem provas suficientes de que o Cimi incentiva e financia invasões no Estado, promovendo, segundo ela, a "guerra no campo", entre indígenas e produtores rurais.
A CPI do Cimi é composta pelos deputados Mara Caseiro (PSDB), Paulo Corrêa (PR), Marquinhos Trad (PSD), Onevan de Matos (PSDB) e Pedro Kemp (PT). Desde o começo dos trabalhos gerou polêmica, já que a bancada do PT queria "barrar" a investigação, alegando que a comissão não queria encontrar "culpados" para o conflito no campo.