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Política

Roberto Amaral lança Frente Brasil Popular em MS e convoca movimentos sociais

Antonio Marques | 21/11/2015 13:02
Roberto Amaral, ex-presidente do PSB, lança a Frente Brasil Popular em MS (Foto: Antonio Marques)
Roberto Amaral, ex-presidente do PSB, lança a Frente Brasil Popular em MS (Foto: Antonio Marques)

Com 72 organizações sociais de todo o país, a Frente Brasil Popular foi lançada oficialmente em Mato Grosso do Sul hoje pela manhã na Câmara Municipal de Campo Grande pelo ex-presidente do PSB, Roberto Amaral, que foi ministro de Ciência e Tecnologia do governo do Luiz Inácio Lula da Silva. O evento reuniu pelo menos 140 lideranças ligadas a partidos de centro-esquerda e dos movimentos sociais do estado.

Para Roberto Amaral, que é jornalista formado, a Frente “é o instrumentos dos fracos” em que é possível unir forças dos diversos segmentos da sociedade para lutar e evitar o avanço de setores conservadores que estariam fazendo a disputa ideológica e tentando cooptar a população. Ele lembrou que foi por meio de frentes que os brasileiros conseguiram derrotar o Estado Novo, a ditadura militar e também fazer o projeto de centro-esquerda chegar ao poder no Brasil.

Em seu discurso, Amaral disse que o projeto de centro-esquerda no país só conseguiu a governabilidade por meio de aliança com a direita, porém “no primeiro momento que puder essa direita dá o golpe”, comentou ele, alertando que está em jogo no país algo muito mais profundo que o mandato da presidente Dilma Rousseff.

Roberto Amaral considera que o projeto da direita é o "do não, da negação e do retrocesso”, citando tratar-se da negação aos programas do governo de centro-esquerda que atendeu e continua atendendo as pessoas mais necessitadas. “Eles não querem o Minha Casa Minha Vida, são contra a explosão dos universitários, em que passou atender mais de 7,5 milhões de estudantes no Brasil, sendo a maioria composta por negros, pobres e mulheres”, afirmou.

O ex-presidente do PSB mostrou sua preocupação com o avanço de setores conservadores no Congresso Nacional, que ele classifica de bancada BBB (do Boi, da Bala e da Bíblia), com o apoio de parte dos evangélicos mais atrasados. “A direita é contra os avanços e as conquistas dos governos de centro-esquerda”, reiterou.

Roberto Amaral destacou que a Frente não se destina a defender o mandato da presidente Dilma Rousseff. “Essa é apenas uma etapa. O grande projeto da Frente é evitar o avanço da direita. Temos que transformar o nosso recuo em avanço”, declarou. No entanto, ele destacou que o fato de defender o mandato da presidente não significa a defesa do seu governo.

Diante de uma maioria de lideranças do PT, Amaral criticou o modelo da política econômica adotada pela administração federal, em que o ajuste fiscal está sendo feito penalizando os trabalhadores, sem afetar o capital e as grandes fortunas. “Temos que defender o controle do câmbio e dos juros. Em todo o mundo os juros estão em queda, por isso não há razão para no Brasil só aumentar. Podemos combater essa política, mesmo fazendo defesa do mandato, e propor novo modelo sem penalizar o povo”, questionou.

Roberto Amaral disse também que a Frente é ampla e pode ser integrada inclusive por liberais. “É democrática e não nasceu de cima para baixo. Veio dos movimentos sociais e é nacional, por estar preocupada com a cidadania e a defesa dos interesses da maioria da população”. Para ele, a crise deve estimular as lideranças dos movimentos sociais e partidários a “dar um salto de qualidade. Serve para voltemos de onde nunca deveríamos ter saído, às ruas”, afirmou.

“Ou construímos nossas alternativas ou seremos passados para trás. Para isso é necessário a unidade”, declarou Roberto Amaral, acrescentando que a unidade requer humildade das lideranças para evitar a derrota para a direita conservadora. “O quadro é o melhor possível, pois temos muito por fazer e a base é a unidade. Que sejamos humildes em favor do povo, porque senão a história que virá será desagradável”, alertou.

Ao final, Amaral foi bastante aplaudido pela plateia, em sua grande parte composta de lideranças dos movimentos sociais ligados ao Partido dos Trabalhadores, incluindo os presidentes dos diretórios Municipal, Maria Rosana Gama, e Estadual, Antonio Carlos Biffi, e membros do PSB e PCdoB.

O ex-ministro de Ciência e Tecnologia do governo Lula, Roberto Amaral, falou para lideranças dos movimento sociais e partidários de centro-esquerda na Câmara Municipal (Foto: Antonio Marques)
O ex-ministro de Ciência e Tecnologia do governo Lula, Roberto Amaral, falou para lideranças dos movimento sociais e partidários de centro-esquerda na Câmara Municipal (Foto: Antonio Marques)
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