Saída de Lucas Lima do PL enfraquece poder do partido na Assembleia
Parlamentar se desfiliou após decisão judicial envolvendo disputa com o PDT

O deputado estadual Lucas Lima desligou-se do PL cerca de um mês após assinar a filiação à legenda, após uma decisão da Justiça Eleitoral considerar irregular o desligamento dele do PDT, feito em agosto do ano passado. A saída enfraquece os liberais, cujo partido tinha alcançado condição de bancada, com 4 membros, e até vaga na CCJR (Comissão de Constituição, Justiça e Redação) da Assembleia Legislativa, posição que agora fica ameaçada.
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O deputado estadual Lucas Lima desfiliou-se do PL um mês após filiação, devido a decisão judicial favorável ao PDT, partido do qual havia se desligado. A saída enfraquece o PL, que pode perder a condição de bancada e vaga na CCJR da Assembleia Legislativa. Lucas Lima pretende recorrer ao TSE. O PDT questionou a saída de Lima fora da janela partidária. No PL, cautela sobre impactos da perda. Líder do bloco 1, Márcio Fernandes (MDB), considera justo reivindicar a vaga na CCJR. Mudanças nas comissões devem ser efetivadas pela Mesa Diretora da Casa.
Com a saída de Lima, ficam na legenda os deputados João Henrique Catan, Neno Razuk e Carlos Alberto David, o coronel David, líder do grupo. O parlamentar disse que pretende recorrer para obter um julgamento colegiado o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em seu favor. O PDT levou o caso à justiça eleitoral por discordar da saída fora de janela partidária, que no ano passado se abriu somente com vistas às eleições municipais.
O deputado disse que não foi precipitado ao assinar ficha no PL quando persistia o litígio com o PDT, em 5 de fevereiro. Ele mencionou que teve decisão favorável no TRE/MS (Tribunal Regional Eleitoral) e seria “ruim ficar na Casa sem partido.”
Ele informou que conversará com os colegas do PL sobre possíveis desdobramentos e também com o presidente da Assembleia, Gerson Claro (PP). Sobre as divergências com o PDT, Lima disse ter se sentido perseguido nas discussões sobre a eleição municipal em Campo Grande e não conseguiu o comando da legenda, embora fosse o político com mandato eletivo mais importante, além de situações que disse ter pontuado e não teve resposta. “E foi indo, uma série de consequências que me permitiu entrar com esse pedido de uma saída por justa causa.”
No PL, ainda há cautela sobre os impactos da perda de um membro e da condição de bancada. Deputado coronel David disse que à época em que o grupo obteve a vaga na CCJR cumpria o requisito- ser bancada- e isso deveria ser mantido.
Já Márcio Fernandes (MDB), líder do bloco 1, que ficou com oito integrantes após as mudanças no PL, considera justo reivindicar a vaga na CCJR, a comissão mais cobiçada entre os deputados. Ele diz que se persistir o encolhimento, não haveria amparo legal para a permanência na principal comissão. “Vamos ter que esperar ver se é oficial isso.”
Entretanto, considerou que Lima, que deixou o grupo para ingressar no PL e ser formada a bancada, poderia retornar ao bloco de parlamentares. Hoje, quem representa o partido na CCJR é o deputado Neno Razuk.
Mudanças nas comissões devem ser efetivadas pela Mesa Diretora da Casa.
* Matéria editada às 11:29 para acréscimo de informações.