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Política

Situação do Rio “é consequência” do que ocorre nas fronteiras, diz Reinaldo

Governador voltou a defender ações urgentes no setor durante seminário sobre combate ao crime organizado e lavagem de dinheiro, na Capital

Humberto Marques | 19/04/2018 21:08
Reinaldo destacou que cobra da União ressarcimento com presos do tráfico. (Foto: Paulo Francis)
Reinaldo destacou que cobra da União ressarcimento com presos do tráfico. (Foto: Paulo Francis)

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) voltou a defender nesta quinta-feira (19) a adoção de medidas de combate ao crime organizado na região de fronteira de Mato Grosso do Sul. Em discurso na abertura do Seminário sobre Crimes de Fronteira e o Combate à Lavagem de Dinheiro, aberto no Fórum Federal de Campo Grande no início desta noite, o chefe do Executivo estadual também reiterou cobranças para que a União arque com o custeio de presos oriundos de crimes transnacionais e que a situação de “degradação da segurança pública” no Rio de Janeiro é consequência direta da falta de controle nas fronteiras nacionais.

Em sua fala, Reinaldo destacou que Mato Grosso do Sul tem mais de 1,1 mil quilômetros de fronteira com Bolívia e Paraguai, que servem como corredores do tráfico de drogas e armas egressos desses países, sendo que 700 quilômetros não oferecem obstáculos naturais para a travessia, como rios –a “fronteira seca”.

Ele cobrou que sejam adotadas articulações específicas para a região fronteiriça, seguindo o que começou a ser discutido com o então ministro da Defesa, e hoje titular da Segurança Pública, Raul Jungmann, durante encontro em Rio Branco (AC) em 27 de outubro de 2017 que resultou em pedido para a criação do Sistema Nacional de Segurança Púbica –que culminou no Ministério específico para o setor.

Prioridades – Reinaldo destacou que o Sisfron (Sistema Nacional de Vigilância de Fronteiras), mantido pelo Exército para monitorar a região de fronteira e que ainda não opera em sua totalidade, é “um projeto extremamente relevante, mas que é contingenciado todos os anos”. Segundo ele, é necessário preservar recursos para o setor, sob pena de não se resolver os principais impasses na segurança pública brasileira.

Entre os problemas, ele citou a intervenção no setor no governo do Rio de Janeiro. “A degradação da segurança pública no país é a intervenção no Rio. Mas ela é consequência: a causa está aqui nas fronteiras”, disparou, referindo-se ao fato de que as ações do crime organizada ligadas ao tráfico de drogas e armas no Estado do Sudeste brasileiro têm início nas fronteiras internacionais sul-mato-grossenses.

O governador citou a cobrança junto ao governo federal para que banque os gastos com os presos de crimes como tráfico de drogas e de armas. Segundo ele, dos 15.722 detentos do sistema prisional de Mato Grosso do Sul, metade são oriundos desses ilícitos –cuja responsabilidade é federal. Ele lembrou que o governo move no STJ (Superior Tribunal de Justiça) ação que visa a cobrar da União o ressarcimento por essas custas –a qual é acompanhada também pela OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil/Seccional de Mato Grosso do Sul).

Reinaldo voltou a cobrar, também, ações integradas entre os Estados para enfrentamento da violência e de facções criminosas, que incluam de políticas em comum ao compartilhamento de dados. “O crime hoje avança e não temos conseguido fazer um enfrentamento à altura”, pontuou. “Sem integração, dificilmente teremos avanços”.

O seminário realizado na sede da Justiça Federal da Capital trouxe para sua abertura a presidente do STJ, ministra Laurita Vaz, o corregedor nacional de Justiça Federal, ministro Raul Araújo, a presidente do TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), desembargadora federal Therezinha Cazerta, e o ministro aposentado do STJ e ex-corregedor nacional de Justiça, Gilson Dipp, que realizou a palestra de abertura. O evento se estende por esta sexta-feira (20).

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