'Somos todos inocentes', diz ex-vereador no 1º dia de depoimento da Coffee Break
Mário César era presidente da Câmara na época em que aconteceu os fatos que motivaram operação
Um dos depoentes dessa tarde no 1º dia de audiência relativa à operação Coofee Break - que investiga suposto esquema montado para tirar o então prefeito Alcides Bernal (PP) do comando da prefeitura de Campo Grande - saiu do Fórum da Capital afirmando ser inocente das acusações.
Mário César Oliveira da Fonseca era o presidente da Câmara Municipal - atuava pelo PMDB - na época do processo que cassou o mandato de Bernal e, em 2016 e deu origem a abertura de inquérito. Depois houve o retorno de Bernal à prefeitura. Mário César não concorreu à reeleição, deixando o Legislativo.
"Somos todos inocentes", acrescentou o ex-vereador ao ser questionado pela reportagem na saída do Fórum.
Pela manhã, o primeiro a ser ouvido foi o empresário Carlos Naegele, que através de seu advogado, Vladimir Rossi, também se declarou inocente das acusações. Outro chamado a depor foi o ex-governador André Puccinelli (MDB).
Contudo, o ex-chefe do Executivo estadual, logo que aberta a sessão, apresentou decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que o livrou de prestar depoimento hoje. Réu na Coffee Break, André conseguiu não precisar depor enquanto aguarda decisão de agravo de instrumento impetrado por sua defesa na ação.
Já nessa tarde, além de Mário Cesar, também foi convocado seu ex-colega de Câmara Municipal, Flávio César, que ainda não saiu da audiência. Na quarta-feira (18), será a vez dos empresários Raimundo Nonato, Luiz Pedro Guimarães e André Scaff, além do vereador Gilmar Nery e do ex-vereador José Saraiva.
Quinta-feira (20) é a vez dos empresários João Amorim e João Baird, além do ex-vereador Waldecy Batista, o Chocolate, e o atual presidente da Câmara, Carlos Augusto Borges, o Carlão. Na sexta (21) depõem Eduardo Romero, Otávio Trad e João Rocha, além do ex-prefeito Gilmar Olarte, atualmente preso por corrupção.
Coffee Break - Todos os convocados são réus na ação que tramita na 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, respondendo por improbidade administrativa sobre os fatos que teriam ocorrido em 2014.
Com quase 18 mil páginas, 21 réus e 64 testemunhas, o processo vem realizando audiências híbridas por causa da pandemia de covid-19. O depoimento dos denunciados será presencial, colhidos em sala especialmente montada no quarto andar do Fórum de Campo Grande. Os demais participarão por vídeo.
O cronograma de audiências vai até junho. A operação foi realizada em 25 de agosto de 2015 pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). Em 2017, o juiz David de Oliveira Gomes Filhos aceitou denúncia por improbidade administrativa contra 28 pessoas. O pedido era de indenização de R$ 25 milhões.