Tatiana Marques nega que tenha levado objetos culturais da Funai

A ex-coordenadora da regional da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) em Campo Grande, Tatiana Marques Garcia, encaminhou ao Campo Grande News a declaração de desligamento como servidora da entidade assinada com a data do dia 19 de janeiro.

O documento confirma que ela entregou todos os bens materiais que estavam sob responsabilidade dela após vistoria com os servidores Jackson Petinari dos Reis, chefe do Sead (Serviço de Apoio Administrativo) e chefe substituto da DIT (Divisão Técnica), e Selma Jatobá Barbosa Ferreira, chefe de serviço.

Conforme o advogado de Tatiana, Oton Nasser, a ex-coordenadora foi exonerada via e-mail na madrugada do dia 18 de janeiro. No dia seguinte foi feita a vistoria com servidores, quando houve a verificação do gabinete e dos setores, entrega das chaves e da viatura, para não ter nenhum tipo de dúvida da gestão e da entrega desses materiais.

“Na reportagem consta, e o que causa nela uma tristeza imensa, da suspeita que ela teria furtado objetos culturais da Funai. Essa suspeita não procede. Há nas redes sociais acusações de que ela teria ‘surrupiado’ objetos, mas não, ela recebeu presentes de ordem pessoal. Os próprios servidores constataram que nenhum bem, nenhum item foi levado pela Tatiana Marques Garcia”, afirmou.

A defesa ainda ressaltou que todo o patrimônio está documentado, à disposição das autoridades e da imprensa, para verificação e constatação da gestão da ex-servidora. Foi acrescentando ainda que Tatiana trabalhou ativamente em prol dos indígenas. “Vários cursos e várias parcerias foram realizados. Inclusive os próprios acusadores participaram desse curso. Essa documentação está à disposição da autoridade e da imprensa”.

A portaria do DOU (Diário Oficial da União) confirmando a exoneração da coordenadora foi publicada em edição extra, na tarde desta segunda-feira (23). A nomeação de alguém para o cargo não foi divulgada até o momento.

Entenda – Na última sexta-feira (20) o Campo Grande News recebeu a denúncia de que a regional da Funai em Campo Grande estava sem coordenação. E que Tatiana teria esvaziado gavetas e levado objetos culturais que faziam parte da decoração da sala do órgão público.

Conforme apurado, nenhum funcionário confirmou e nem autorizou acesso da imprensa ao gabinete. Lideranças indígenas alegaram que a Funai nunca atendeu as demandas quando procuraram ajuda na entidade.

Tatiana foi procurada pela reportagem no dia da publicação da matéria e só retornou por meio do advogado, na tarde desta segunda-feira (23), para dar sua versão. A assessoria de imprensa da Funai informou que não sabe quando será anunciado o novo coordenador. A fundação segue atendendo normalmente.

*****Matéria atualizada às 9h31 de terça-feira (24) para acréscimo de informações. Colaborou Silvia Frias.