PF alega que agentes presos por indígenas estavam uniformizados
Policiais federais ficaram presos por 3h e indígenas disseram que homens foram confundidos com pistoleiros
A PF (Polícia Federal) alegou que os agentes presos na tarde de quinta-feira (29), por indígenas Guarani Kaiowá do tekoha Jopara, retomada localizada em Coronel Sapucaia, distante 396 quilômetros de Campo grande, estavam identificados com camisetas ostensivas da corporação, contrariando a versão de que eles estariam a paisana.
Em nota, a PF esclarece que os agentes em primeiro momento foram recebidos de forma amistosa e receptiva pelos indígenas, colheram as informações necessárias e em seguida informaram que fariam um sobrevoo no local.
No entanto, após terminarem os trabalhos com o equipamento, um outro grupo de indígenas apareceu e não estava muito receptivo. Com isso, os policiais foram cercados de “forma agressiva”, momento em que o tumulto começou.
“A todo momento os indígenas afirmavam que a equipe não seria da Polícia Federal, apesar dos agentes de segurança estarem devidamente identificados com o uniforme da PF, carteiras funcionais, distintivos e viatura que continha o emblema da corporação, além de estarem portando armamento curto de forma velada, ou seja, não aparente”, diz a nota.
Ainda conforme a PF, os policiais ficaram presos por cerca de três horas e a liberação aconteceu somente após intensa negociação. “A Polícia Federal reafirma seu compromisso na prevenção e repressão aos crimes contra as comunidades indígenas”, finaliza o documento.
Confundidos - A informação inicial, divulgada pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário), ainda na terça-feira, era que dois policiais federais foram confundidos com pistoleiros contratados por fazendeiros, por estarem armados circulando em uma camionete Hilux e sem identificação.
Os indígenas também relataram que, enquanto a caminhonete rondava a retomada, um drone sobrevoava a comunidade Temendo ser atacados, eles prenderam os homens e alertaram as autoridades, ainda conforme o Cimi.
As lideranças Guarani Kaiowá avisaram as Defensorias Públicas da União (DPU) e do Estado (DPE), a Fundação Nacional do Índio (Funai), o Ministério Público Federal (MPF) e a própria PF. Contudo, as autoridades confirmaram que os dois homens eram, de fato, agentes policiais e eles foram liberados pelos Guarani Kaiowá.