ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, TERÇA  05    CAMPO GRANDE 24º

Política

TRE suspende prestação de contas do Pros em MS para investigar “laranjas”

Decisão foi tomada ante investigação sobre candidata cuja campanha estaria “umbilicalmente ligada” à de Fabrício Venturoli

Humberto Marques | 21/10/2019 19:27
Decisão no TRE suspendeu tramitação do processo de prestação de contas até conclusão de apuração. (Foto: Divulgação)
Decisão no TRE suspendeu tramitação do processo de prestação de contas até conclusão de apuração. (Foto: Divulgação)

Decisão do juiz eleitoral Daniel Castro Gomes da Costa, do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) paralisou o processo de prestação de contas da campanha a deputado federal do presidente regional do Pros, Fabricio Venturoli Lunardi, para que sejam aprofundadas investigações sobre o suposto uso de mulheres em “candidaturas laranjas” para uso indevido de recursos do fundo partidário. A decisão foi publicada no Diário de Justiça Eleitoral desta segunda-feira (21) e atende a pedido da Procuradoria Regional Eleitoral.

Trata-se da segunda decisão do gênero tomada no Estado –o tribunal já havia suspendido a tramitação do processo de Gilsy Arce (PRB, atual Republicanos), candidata a deputada estadual, por supostas irregularidades no uso do fundo partidário. Ela apareceu em lista de 53 candidatas do país que, embora tenham recebido mais de R$ 100 mil dos partidos para financiar suas campanhas, tiveram votação e obtiveram menos de mil votos.

Do Estado, além de Gilsy, a situação no Estado envolveu a candidatura a deputada estadual de Tatiana das Dores (Pros) que, embora tenha recebido R$ 150 mil da direção nacional da campanha do PT –com o qual seu partido estava coligado–, obteve apenas 96 votos.

O Ministério Público Eleitoral investiga candidatas que tiveram grande volume de recursos públicos e tiveram quantia inexpressiva de votos, “o que indica possibilidade de aplicação da verba pública”, avalia. Também como no caso de Gilsy, o processo contra Tatiana resultou na abertura de inquérito policial.

A paralisação do processo contra Fabrício Venturoli se deve pelo fato de que “as campanhas (dele e de Tatiana) estavam umbilicalmente ligadas”. Um dos exemplos usados para fundamentar a tese está no fato de o coordenador da campanha da candidata a deputada estadual ter grande envolvimento do concorrente a federal.

O juiz eleitoral anotou que “diligências realizadas em investigação criminal podem impactar significativamente o reconhecimento da regularidade da destinação dos recursos pela candidata”, podendo haver incongruência entre eventual aprovação das contas e constatação posterior “da inveracidade das informações e documentos apresentadas pela candidata nos presentes autos”.

A decisão do juiz foi tomada em 4 de outubro, destacando que o prazo para conclusão dos julgamentos dos processos de prestação de contas de 2018 deve ocorrer até 29 de novembro –suspendendo o processo por 60 dias.

Na prestação de contas à Justiça Eleitoral, Fabrício Venturoli informou receitas de R$ 483,8 mil em sua campanha a deputado federal (sendo R$ 344,9 mil da direção do Pros e R$ 53,6 mil em financiamento coletivo), com R$ 364,2 mil em despesas contratadas. Ele teve 13.810 votos. A reportagem não conseguiu contatar a defesa do dirigente partidário para se manifestar sobre as acusações.

Republicanos – O processo contra Gilsienny Arce, a Gilsy Arce, também resultou na abertura de representação criminal pelo Ministério Público Eleitoral. A candidata obteve 491 votos na corrida por vaga de deputada estadual, após receber mais de R$ 760 mil para financiar sua estrutura.

À época, o presidente regional do Republicanos, Wilton Acosta, negou irregularidades, e afirmou que a escolha de Gilsy para disputar a eleição foi embasada em estudo entre suas filiadas.

Nos dois casos, a suspeita é que recursos do Fundo Eleitoral que seriam exclusivamente voltados para candidaturas femininas possam ter recebido uso diverso –a legislação reserva 30% das vagas em chapas e coligações e dos valores para custear as campanhas de mulheres.

Nos siga no Google Notícias