Candidata investigada fica em silêncio sobre suspeita de fraude em campanha
Na corrida eleitoral, Gilsienny Arce Munhoz arrecadou R$ 761.589,50 e obteve 491 votos
Investigada pelo Ministério Público Eleitoral e alvo de mandados de busca e apreensão pela PF (Polícia Federal), a ex-candidata Gilsienny Arce Munhoz, que em 2018 concorreu à vaga de deputada estadual pelo PRB, optou pelo silêncio sobre as denúncias de fraude na campanha, financiada em 100% por dinheiro público.
Ela foi até ao Ministério Público na segunda-feira (dia 27), informou que fez campanha normalmente, mas, a partir daí, se valeu do direito de manter silêncio diante dos questionamentos. “O Ministério Público ainda tem diligências em curso e o procedimento deve ser concluído em 30 dias”, afirma o promotor Marcos Alex Vera de Oliveira.
A suspeita de falsidade ideológica na prestação de contas é apurada em procedimento investigatório criminal. Foram ouvidos fornecedores que confirmaram ter emitido nota fiscal com valor a maior e devolvido parte do dinheiro.
Na corrida eleitoral, Gilsy Arce arrecadou R$ 761.589,50 e obteve 491 votos. Conforme o Divulgacand, sistema que divulga dados dos candidatos, receitas e despesas, 93,42% do total de recursos recebidos é do FEFC (Fundo Especial de Financiamento de Campanha) e 6,56% do Fundo Partidário.
Alvos - No último dia 23, equipes da Polícia Federal foram às residências de Gilsienny e de Edson Bobadilha, que coordenou a campanha da candidata. Ele recebeu pagamento de R$ 53,9 mil, terceira maior despesa. Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo juiz da 53ª Zona Eleitoral de Campo Grande.
Os maiores gastos da campanha foram com pessoal, que correspondeu a 47,58% (R$ 361 mil). Além de Edson, outras seis pessoas com sobrenome Bobadilha aparecem na lista de despesas da candidata. Todas atuaram como cabo eleitoral.
Gilsienny é servidora do Estado e ocupa a função de gestora de ações sociais, pela Sedhast (Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho).
A defesa da ex-candidata nega irregularidades na prestação de contas e refuta o comparativo entre o gasto e resultado nas urnas. De acordo com o advogado Ronaldo Franco, os valores não eram para comprar votos.