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Política

Candidata investigada fica em silêncio sobre suspeita de fraude em campanha

Na corrida eleitoral, Gilsienny Arce Munhoz arrecadou R$ 761.589,50 e obteve 491 votos

Aline dos Santos | 31/05/2019 10:00
Gilsy Arce foi candidata a deputada estadual pelo PRB no ano passado.
Gilsy Arce foi candidata a deputada estadual pelo PRB no ano passado.

Investigada pelo Ministério Público Eleitoral e alvo de mandados de busca e apreensão pela PF (Polícia Federal), a ex-candidata Gilsienny Arce Munhoz, que em 2018 concorreu à vaga de deputada estadual pelo PRB, optou pelo silêncio sobre as denúncias de fraude na campanha, financiada em 100% por dinheiro público.

Ela foi até ao Ministério Público na segunda-feira (dia 27), informou que fez campanha normalmente, mas, a partir daí, se valeu do direito de manter silêncio diante dos questionamentos. “O Ministério Público ainda tem diligências em curso e o procedimento deve ser concluído em 30 dias”, afirma o promotor Marcos Alex Vera de Oliveira.

A suspeita de falsidade ideológica na prestação de contas é apurada em procedimento investigatório criminal. Foram ouvidos fornecedores que confirmaram ter emitido nota fiscal com valor a maior e devolvido parte do dinheiro.

Na corrida eleitoral, Gilsy Arce arrecadou R$ 761.589,50 e obteve 491 votos. Conforme o Divulgacand, sistema que divulga dados dos candidatos, receitas e despesas, 93,42% do total de recursos recebidos é do FEFC (Fundo Especial de Financiamento de Campanha) e 6,56% do Fundo Partidário.

Alvos - No último dia 23, equipes da Polícia Federal foram às residências de Gilsienny e de Edson Bobadilha, que coordenou a campanha da candidata. Ele recebeu pagamento de R$ 53,9 mil, terceira maior despesa. Os mandados de busca e apreensão  foram expedidos pelo juiz da 53ª Zona Eleitoral de Campo Grande.

Segundo promotor Marcos Alex, Ministério Público prossegue com apurações. (Foto: Arquivo)
Segundo promotor Marcos Alex, Ministério Público prossegue com apurações. (Foto: Arquivo)

Os maiores gastos da campanha foram com pessoal, que correspondeu a 47,58% (R$ 361 mil). Além de Edson, outras seis pessoas com sobrenome Bobadilha aparecem na lista de despesas da candidata. Todas atuaram como cabo eleitoral.

Gilsienny é servidora do Estado e ocupa a função de gestora de ações sociais, pela Sedhast (Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho).

A defesa da ex-candidata nega irregularidades na prestação de contas e refuta o comparativo entre o gasto e resultado nas urnas. De acordo com o advogado Ronaldo Franco, os valores não eram para comprar votos.

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