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Política

Vídeo mostra nova prefeita de Miranda oferecendo dinheiro por apoio eleitoral

Zemil Rocha | 06/06/2013 15:09
Prefeita Marlene Bossay durante a campanha eleitoral do ano passado (Foto: Facebook)
Prefeita Marlene Bossay durante a campanha eleitoral do ano passado (Foto: Facebook)

A nova prefeita de Miranda, Marlene de Matos Bossay (PRB), pode estar envolvida no mesmo mal que causou a cassação de sua antecessora, Juliana Pereira Almeida (PT): oferecimento de vantagem financeira para obter apoio eleitoral. Recentemente empossada como prefeita, Marlene está sendo acusada, através de um vídeo distribuído à imprensa, de ter oferecido dinheiro em troca de apoio na eleição do ano passado, em que foi derrotada por Juliana.

Marlene Bossay assumiu em razão da cassação de Juliana, confirmada no dia 28 de maio pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), decisão que também afetou o vice Sidnei Barbosa de Araujo (PSC). Marlene e Sidnei tiveram os diplomas cassados em março, por compra de votos, por sentença do juíz da 15ª Zona Eleitoral de Miranda, Marcel Henry Batista Arruda. Pessoas ligadas aos dois teriam entregado dinheiro a eleitores da aldeia Lalima em troca de votos.

No vídeo, que teria sido gravado no dia 21 de setembro de 2012, portanto poucos dias antes da eleição de outubro, Marlene aparece conversando com um homem chamado Joel e oferece a ele R$ 1.000,00 em troca apoio eleitoral. A gravação foi feita com uma câmera escondida atrás de uma janela.

“Tem como você me ajudar?”, questiona Marlene, sentada frente a frente com Joel, em uma residência. “Nós estuda, vê sua proposta”, respondeu Joel.

Continuando a conversa, Marlene afirma que a vantagem pelo compromisso eleitoral será válida tanto para aquele momento, antes da eleição, como para após, caso eleita prefeita da cidade. “A gente ganha e você vai trabalhar junto comigo”, prometeu Marlene.

“Mil reais é pouco para você?”, indagou Marlene no diálogo com Joel, que evita, porém, dar resposta imediata, avisando que vai estudar a proposta. “Eu tenho que pensar”, disse ele à atual prefeita de Miranda.

Joel avisa então que vai dar resposta na segunda-feira, mas Marlene considera o prazo muito longo e pede que ele resolva no dia seguinte á conversa, no sábado, quando enviará um emissário, a quem chama de Dr. Diogo, a fim de que pegue a resposta.“Eu mando o recado para a senhora”, concorda Joel. “Põe no papel”, sugere Marlene.

No final da conversa, Marlene Bossay pede o telefone celular de Joel e afirma: “Eu quero você do meu lado”. E exorta em tom de questionamento: “Pode ser Joel?”, sem obter resposta.

A reportagem do Campo Grande News ligou para o número do celular citado por Marlene e confirmou que ele realmente pertence a Joel. Indagado sobre a gravação, ele se esquivou: “Eu não estou entendendo, vou te retornar daqui a pouquinho”. Joel não retornou à ligação.

O outro lado – A prefeita Marlene Bossay, que assumiu o cargo na última segunda-feira, não estava na prefeitura de Miranda ao ser procurada pelo Campo Grande News. Contudo, seu secretário de Planejamento, Nabil Jafal, esclareceu que o vídeo já tinha sido postado no Facebook e, segundo ele, foi “editado”.

Nabil Jafal informou que Marlene tentou fazer uma contratação normal em período de campanha eleitoral, não havendo nada de ilegal. “Na verdade, ela foi lá para contratá-lo para trabalhar com a gente na campanha. Isso é normal”, argumentou. “Isso é perfeitamente legal”, acrescentou.

A atual prefeita, segundo Jafal, foi pedir para Joel, que é funcionário da Prefeitura de Miranda, lhe “prestar serviço” na campanha eleitoral. “Em toda campanha eleitoral acontece isso: Quer trabalhar para mim, deixa o seu candidato e vem trabalhar comigo”, ponderou o secretário.

Conforme Nabil Jafal, a conversa não rendeu frutos eleitorais para Marlene, já que Joel teria demonstrando desinteresse. “Ele não deu reposta e ninguém procurou mais ele”, garantiu o secretário. Indagado se ele teria apoiado a candidatura de Marlene, Nabil garantiu que não.

O vídeo, na opinião de Nabil, “não tem nem pé nem cabeça” e está sendo usado pela oposição. “A oposição está fazendo esse alarde todo, porque ficou ruim para eles a cassação, até porque a diferença de votos foi mínima e se vê que houve trapaça para se ganhar a eleição”, afirmou o secretário. E lançou um desafio: “Se acham que tem alguma coisa, a Justiça está aí para julgar as coisas”.

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