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Comportamento

Depois de muitos enganos e risco, estudante tatua no braço alerta sobre alergia

Ângela Kempfer | 21/08/2013 06:33
A sexta tatuagem da estudante é um alerta.
A sexta tatuagem da estudante é um alerta.

A ideia não é nova, mas vale para quem vive sob risco de receber uma medicação errada na veia. Desde a infância, o problema persegue a estudante de Publicidade Lauanne Araújo, de 23 anos. “Em hospitais sempre erram minha medicação”, reclama.

Apesar de uma listinha de substâncias impróprias na carteira, os engano ocorreram e, em mais uma tentativa de acabar com qualquer risco, ela resolveu tatuar no braço todas as substâncias que provocam alergia e podem levar à parada cardiorrespiratória.

“Escolhi o antebraço por ser justamente onde a pessoa olha antes de injetar uma medicação”, comenta Lauanne.
Em letras garrafais, o corpo dela agora exibe o alerta contra dipirona sódica, ácido acetilsalicílico, pirazolona e melubrina.
O trabalho demorou uma hora, “com menos dor, já que a escrita é fina”, explica a universitária. Como ainda tinha uma tatuagem a terminar na coxa, ela fez um pacote por R$ 350,00.

Até a mãe, ainda não acostumada com as 5 tatuagens da filha, desta vez achou bom. “Desde a infância ela se preocupa com isso. Agora ficou mais tranquila”.

Lauanne no estúdio de Kallel.
Lauanne no estúdio de Kallel.

Aos 16 anos, Lauanne por pouco não teve uma parada cardiorrespiratória. Ao tomar um medicamento contra cólica, não percebeu que na composição havia 2 substâncias que provocam alergia nela. “Em segundos comecei a ficar vermelha, tive convulsão e cheguei no hospital sem enxergar nada”.

Hoje, a maior preocupação da estudante é no caso de sofrer um acidente grave. “Não tenho como pendurar no pescoço uma corrente com todas as substâncias. Se eu ficasse inconsciente, ninguém saberia da alergia e eu poderia até morrer”.

Depois de “instalar” nos ombros 2 caveiras, desenhar na coxa algumas tulipas, no pulso um diamante com coroa, e nas costas uma andorinha ao sol, Lauanne encontrou na internet uma garota que tatuou ser diabética. Procurou então o tatuador Kallel Silvestre que se surpreendeu. “Nunca tinha visto ninguém fazer isso, mas achei bem legal, pelo perigo que representa.”

Kallel conta que já tatuou muita coisa estranha, como um liquidificador, uma tomada, mas na parte escrita, pouca gente costuma inovar. “Normalmente tatuam trechos bíblicos, poemas, nome de pai e mãe...”, comenta.

As declarações de amor são também comuns, apesar das ressalvas, que de nada adiantam. “A gente alerta, diz que é para pensar melhor porque o amor pode não ser para sempre, mas eles não ouvem”, diz o tatuador.

No caso de Lauanne, os amigos também pensaram que fosse gozação, mas depois todos apoiaram a ideia. “Eu gostei muito, ficou melhor que esperava”, comemora a universitária.

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