Outro aniversariante do dia, Cristian reativou patrimônio de Campo Grande
Coincidência com Campo Grande são muitas, como aniversário dele e dos dois filhos em 26 de agosto
Natural de Mogi das Cruzes (SP), Cristian Rodrigues, 29 anos, viu a vida mudar d‘água para o vinho logo que se instalou em Campo Grande, há cinco anos. O trocadilho divino não é à toa. Diante dos fatos que seguiram, ele acredita ser mesmo ‘coisa de Deus’.
Desde que por aqui pisou, em 2017, Cristian tem acumulado uma série de acontecimentos que o ‘ligam’ diretamente à história da cidade, como a primeira moradia, o primeiro trabalho, o novo negócio e, principalmente, o dia 26 de agosto. Ele, o enteado Kaleb, de 6 anos, e a filha Ana Beatriz, de 2, comemoram aniversário nesta sexta-feira, justamente na data dos 123 anos de Campo Grande.
A ligação ficou ainda mais importante quando Cristian resolveu arrendar e reativar um dos patrimônios históricos da cidade, o antigo Hotel Americano. Construído em 1939, com heranças da Art Déco e com pitada de luxo arquitetônico, o edifício José Abrão segue em compasso de espera pelo tombamento definitivo como patrimônio da cidade, mas voltou a receber hóspedes.
No piso térreo, há lojas de telefônica. No superior estão os quartos. A recepção fica na Marechal Rondon, com entrada pelo Hotel Center Plaza, também arrendado por ele. Obra ligou os dois imóveis e uma passarela leva os hóspedes até o "Americano".
Cristian não pode pintar a fachada descascada pelo tempo, por conta do processo de tombamento, mas 50 quartos funcionam há 5 anos, com diárias a partir de R$ 90. "Temos quartos até para 6 pessoas aqui", explica. A "carcaça" é intocável, mas no interior tudo é atual, diz o responsável, com mais de 70% de ocupação, garante o empresário.
De faz tudo a dono
Quando chegou do estado vizinho, ainda sozinho, Cristian morou em uma casa paroquial com um tio, padre, que além de oferecer abrigo ainda o apresentou aos responsáveis pelo seu primeiro emprego, os donos do Hotel Center Plaza, na Rua Marechal Rondon.
“Logo quando cheguei, fazia manutenção como troca de chuveiro e coisas mais simples. Logo em seguida, passei para a recepção e depois de um ano e meio virei gerente. Hoje arrendamos”.
Naquele mesmo ano, conheceu a esposa Tamires de Souza, 32 anos, que já tinha Kaleb. E ai começou a família. “No começo estranhei, devido ao ritmo da cidade, porque aqui é mais tranquilo, mas com o tempo fui acostumando. Confesso que pensei em ir embora, mas agora não deixo essa cidade", relata.
Recentemente, ele trouxe os irmãos, a mãe e o padrasto, que residiam em São Paulo, para morar na Capital Morena. Os nomes dos filhos, campo-grandenses, já estão tatuados na pele, pulso e antebraço direito. Agora ele pensa também em eternizar o nome de Campo Grande no corpo.
"Então, estou mesmo pensado. Afinal sou muito grato a essa cidade que me deu a oportunidade de conhecer minha esposa e ter meus filhos. Além de pessoas incríveis que me ajudaram como os proprietários do hotel que, por sinal, fizeram por mim o que só mesmo pais fazem por seus filhos", finalizou.