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Educação e Tecnologia

Em MS, quase metade das casas acessa internet pelo telefone celular

Ricardo Campos Jr. e Adriano Fernandes | 29/04/2015 09:09
Pesquisa apontou que uso de dispositivos móveis foi observado em 46% dos domicílios pesquisados (Foto: Fernando Antunes)
Pesquisa apontou que uso de dispositivos móveis foi observado em 46% dos domicílios pesquisados (Foto: Fernando Antunes)

Quase metade dos domicílios com internet no estado acessa a rede por meio de dispositivos móveis. O dado faz parte da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), divulgada nesta quarta-feira (29), pelo IBGE. Para algumas famílias, o uso de celulares ou tablets é bem mais que uma alternativa e os aparelhos já se tornaram a primeira opção para navegar na web.

A rede mundial de computadores é tão marcante na vida da dona de casa Aline Simion, 25 anos, que ela confundiu a equipe de reportagem com os técnicos da operadora de internet. Ela tem wi-fi por assinatura e linha móvel com 3G. Das sete pessoas que moram na casa, somente duas não acessam a web: os avós. Até mesmo o filho de 7 anos já tem celular.

Falar com parentes pelo WhattsApp virou hábito. “Meus tios até brigam comigo porque falam que eu só presto atenção no aplicativo, e esqueço de cuidar dos meus filhos”, comentou aos risos.

Mesmo desempregado, Enilson Donato, 39 anos, faz questão de manter a internet do celular ativa. “Às vezes fico tão entretido com o celular que fico mudo, mal converso com quem estiver à minha volta. Já acordo atualizando WhatsApp, Facebook”, comenta.

Ele mora ao lado dos pais, irmã e dois sobrinhos, todos com wi-fi e internet 3G. “Moramos um do lado do outro e mesmo assim nos falamos por Whats, pergunto o que estão fazendo, convido pra um tereré. Mesmo vizinhos, o aplicativo é nosso meio de comunicação”, disse.

Prova que as relações interpessoais estão mediadas é encontrada na casa de Juraci Pereira Terra, 54. Moram com ela o esposo e três filhas de 23, 27 e 30 anos. “Todo mundo usa WhatsApp. Às vezes mal conversamos um com o outro porque ficamos entretidos no celular”, comenta.

Na contramão da pesquisa, a encarregada de serviços gerais Gislaine Rodrigues, de 28 anos, conta que na casa dela não há nenhum tipo de interação com as redes sociais. “Eu nem tempo de mexer mesmo, já meu marido diz que não gosta”. O casal tem celulares convencionais, sem aplicativos e não tem computador.

“Onde eu trabalho, por exemplo, ninguém nem se fala, passa o dia todo no WhatsApp. Isso sem dúvida interfere na relação entre as pessoas”, completou.

WhattsApp é um dos aplicativos mais usados pelo celular (Foto: Fernando Antunes)
WhattsApp é um dos aplicativos mais usados pelo celular (Foto: Fernando Antunes)
Gislaine não tem celulares com aplicativos ou acesso à internet em casa (Foto: Fernando Antunes)
Gislaine não tem celulares com aplicativos ou acesso à internet em casa (Foto: Fernando Antunes)

Resultados - Apesar de em alguns estados o uso dos dispositivos móveis superarem a presença dos computadores, a realidade do estado ainda é voltada para a banda larga fixa, presente em 72,8% dos domicílios analisados. O uso de aparelhos móveis para acesso à rede foi observado em 46%.

Contando apenas o uso exclusivo desses meios, tem-se que 39,5% dos domicílios pesquisados acessam a rede apenas pelo computador, enquanto 14,4% só o fazem por celulares ou tablets.

A pesquisa estima que 338 mil domicílios de Mato Grosso do Sul tenham computadores ligados à internet e 813 mil contem com celulares. O uso dos telefones portáteis já está presente em 94,3% dos domicílios pesquisados, perdendo apenas para a televisão, presente em 96,5% das residências.

Entre 2005 e 2013, a presença do celular entre as pessoas do estado cresceu 34,8 pontos percentuais, passando de 48,7% para 83,5% entre as pessoas que usam o aparelho para uso pessoal.

O telefone fixo convencional teve o menor índice entre os dispositivos midiáticos pesquisados, com 28,2% de presença. O rádio ainda é usado em 72,5% dos domicílios e o computador em 48%, dos quais 39% estão ligados à internet.

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