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A transformação digital e softwares jurídicos não substituem a argumentação

Fabiana Ramazoti Saturno (*) | 06/07/2023 08:30

Falar em transformação digital é trazer à tona um tema que já conquistou seu espaço cativo em todos os setores da sociedade. Na área jurídica, a revolução é visível. Nos escritórios de advocacia e departamentos jurídicos de empresas, percebo que a automação de processos aparece como aliada ao fator humano.

Ou seja, dentro e fora do ambiente de trabalho, é possível e necessário conciliar as mudanças operacionais, valorizando cada vez mais a presença dos colaboradores.

Também noto que a modernização dos ambientes de trabalho, com o uso de softwares e ferramentas digitais, têm sido vista com bons olhos, tanto pela parte operacional quanto pelo consumidor final. Além de fornecer uma ampla gama de funcionalidades, desde a gestão de processos e documentos até o monitoramento de prazos, ela permite que o prestador de serviços economize tempo e aumente sua eficiência e produtividade.

Embora possam executar com rapidez processos que demoram certo tempo e poderiam apresentar erros pela falha humana, o conhecimento das automações (robôs e IA's) e os softwares não substituem a experiência, a sabedoria e a responsabilidade de um profissional.

No Direito – e também em outras áreas –, a tomada de decisões pela interpretação processual e textual é, muitas vezes, decisiva. Exercer o raciocínio jurídico dentro de um contexto social requer habilidades que plataformas geridas por inteligência artificial não podem proporcionar.

Principalmente para as áreas que dependem de aconselhamento, representação e análise, o papel do profissional é de extrema importância. Em relação à área jurídica, o uso de sistemas e a substituição de ações humanas por tecnologia e automação de serviços funcionam perfeitamente na parte operacional, mas não podem ser usados isoladamente para representar uma autoridade jurídica intelectual.

Pensando em tarefas burocráticas, repetitivas, de baixa complexidade e alta frequência podem ser executadas por ferramentas artificiais digitais. Os softwares jurídicos são essenciais para gestão, aplicação de automações em tarefas e armazenamento de dados que serão processados, analisados e  direcionados para relatórios e dashboards. Todos esses elementos facilitam as tomadas de decisões, aconselhamento jurídico e negociações que são ações exclusivas de um profissional humano.

Encontrar o equilíbrio entre a transformação digital e o fator humano é a chave para que os softwares tenham ainda mais sucesso e usabilidade nos escritórios e departamentos jurídicos. O julgamento e a presença humana na tomada de decisões é um ponto que precisa ser avaliado em diversas circunstâncias.

Na área jurídica, habilidades de comunicação, como argumentação e persuasão, características inerentemente humanas, são diferenciais vitais para resolução de problemas.

(*) Fabiana Ramazoti Saturno é advogada.

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