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Câncer de próstata: menos tabu, mais conscientização

Raphael Rocha (*) | 03/11/2020 07:55

Novembro chegou e estamos no mês em que os homens devem se conscientizar da sua saúde. Muito se fala sobre a prevenção de câncer de próstata, o que é o principal enfoque da campanha do novembro azul. Entretanto, essa lembrança deve suscitar o interesse masculino por cuidar de sua saúde no aspecto global. Algumas atitudes devem ser tomadas como adotar hábitos alimentares saudáveis e praticar exercícios físicos regularmente.

O câncer de próstata é o mais comum do homem e estima-se que em 2020 teremos aproximadamente 66.280 novos casos dessa doença no Brasil, segundo o INCA. A detecção precoce continua sendo o melhor caminho para o enfrentamento dessa doença. A recomendação da Sociedade Brasileira de Urologia, é que os homens acima de 50 anos consultem o urologista. Já os pacientes negros e aqueles com historia familiar de pai ou irmãos, devem começar sua avaliação aos 45 anos.

Inicialmente, uma consulta com o urologista, um exame de sangue chamado PSA e um exame da próstata, são suficientes para uma avaliação na maioria dos casos. Hoje, há opções de tratamento para o câncer de próstata dependendo do contexto clínico do paciente, que vão desde uma vigilância ativa, que consiste em um acompanhamento da possível evolução da patologia, passando por cirurgia e radioterapia.

A medicina já evoluiu muito nesse campo de forma a prover melhores tratamentos com menor impacto na qualidade de vida dos pacientes. Sempre houve um grande temor em se tratar o câncer de próstata pelos possíveis impactos funcionais do tratamento. As principais consequências do tratamento são impotência sexual e incontinência urinaria, quando o paciente perde o controle da urina. Felizmente, com boa técnica, um cirurgião experiente, pode diminuir substancialmente esses riscos.

Atualmente, a maioria dos pacientes com câncer de próstata já são operados de forma minimamente invasiva, com cirurgia robótica. Nessa modalidade cirúrgica, o robô é acoplado ao abdome do paciente por pequenos orifícios, eliminando a necessidade de grandes incisões. Além disso, o cirurgião conta com a possibilidade de uma visão em alta definição em 3 dimensões e com magnificação. Todos os movimentos da mão do médico, são reproduzidos na ponta de instrumentos cirúrgicos extremamente delicados, o que torna essa cirurgia menos traumática para os tecidos e, consequentemente, menos impactante na vida dos pacientes.

Um paciente que se submete à retirada da próstata por robô permanece hospitalizado em media 24h, e retoma suas atividades progressivamente após uma semana da operação. Os estudos mostram ainda que há menor chance de sangramento ou transfusão sanguínea com esse tipo de abordagem.

O prognóstico da doença, descoberta e tratada em fases iniciais costuma ser excelente. Por isso a importância de tomar todas as medidas para a detecção precoce da patologia.


(*) Raphael Rocha é médico urologista

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