Catastrofistas querem vitória sobre Pantaneiros Atualistas no tapetão da COP 28!
Se há um embate científico que permanece há séculos, ele se trava entre adeptos do Atualismo e do Catastrofismo.
Importante portanto, irmos às definições da Publicação Científica chamada "Léxico de Estruturas Sedimentares e Termos Associados", do eminente Professor Doutor Carlos Henrique Nowatzki, para nivelarmos o significado desses termos.
Atualismo (actualism, uniformitarism). É a corrente de pensamento que defende a ideia que os eventos hoje correntes na Terra são iguais aos que devem ter ocorrido no passado. Por essa razão, a observação do que hoje acontece no planeta ( fenômenos naturais) é a explicação para entendermos a história terrestre passada.
Criada por R.A. von Hoff, foi defendida por James Huttone, mais tarde(1830), incorporada por Charles Lyell em seu livro "Princípios da Geologia" que a tornou celebre com a frase "-o presente é a chave do passado". Lyell propôs ainda a designação de "Principio do Uniformitarismo" no Lugar de Lei ou Principio do Atualismo.
Contudo, este postulado aproxima-se da Realidade quando referido a ERA ATUAL ( Cenozóico) Admite-se a possibilidade de que as condições ambientais fossem diversas das atuais em eras anteriores.》
Catastrofismo (catastrophism). Teoria criada por Baron G. L. Cuvier (1769-1832) que postulava ter ocorrido, várias vezes no passado, catástrofes naturais que extinguiram a fauna e a flora, substituindo-os por uma nova população.
É a teoria adotada pelos seguidores do Arcebispo Usher que afirmou ter sido o mundo criado no ano 4004 aC.
Quando vi ontem conhecido militante ideológico, contrariar tudo que vivemos e aprendemos e tentar lacrar marotamente, ao negar sem provas, a óbvia realidade que o modelo de reservas importado é prejudicial à sustentabilidade natural do Pantanal, contestadas inclusive nos países onde se originam, vi que viriam mais distorções em seguida.
Só pudemos suportar tanto tempo essas aberrações sobre a cultura pantaneira por aderirmos à navalha filosófica de Hanlon: "-Nunca atribua à malicia o que pode ser explicado pela ignorância", isto não é uma resposta antes um desabafo diante da dificuldade de se expor a dura realidade do Pantanal confrontando com utopias das " áreas protegidas".
Se a Deputada Camila Jara quisesse ouvir ou discutir com os pantaneiros, ela teria remarcado a Audiência em Corumbá e não usar como desculpa definitiva, aos que a esperaram pela tarde inteira, um corriqueiro atraso por furar o pneu do carro que a conduzia, em Miranda.
Ao se abrirem manchetes, descobrimos hoje que a mesma parlamentar chefiará a comitiva Sulmatogrossense no evento em Dubai, afirmando: "- Pela primeira vez, Pantanal será tema na Cop 28 e poderá ter financiamento para danos após queimadas".
Após meses de luta desigual, conseguiu-se provar o papel deletério das reservas na sustentabilidade do Pantanal e demonstrar cabalmente quem são principais suspeitos pela destruição das Áreas de Preservação Permanente APPs dos Rios Paraguai e seus Afluentes como o Rio Negro, agora vemos que os possíveis culpados articulam manipular ressarcimento de danos em nome dos pantaneiros e do Pantanal, impossível aplaudir tais pantominas.
Ainda há tempo da Deputada citada, as Bancadas Federal e Estadual e os Chefes das Comitivas dos Governos do MT e MS, pelo menos ouvirem os pantaneiros que renovam seu compromisso com o Atualismo, já que a beleza da sustentabilidade que ainda sobra no Pantanal pode ser também creditada à frase :"- o presente é a chave do passado".
Se optarem pelo radicalismo do Catastrofismo e seguirem ignorando o Pantanal, retiraremos a explicação que o fazem por desconhecimento e todos serão carimbados que assim agem por má fé e malícia.
O Pantanal mais uma vez expõe humildemente sua escolha, que cada um referende democraticamente a sua e todos assumam as consequências.
(*) Armando Arruda Lacerda é pantaneiro Atualista