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Cooperativas e seu papel no Brasil

Ayawovi Djidjogbe Fanho e Omar Ouro-Salim (*) | 14/10/2022 08:30

De acordo com a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), define-se cooperativa como uma associação de pessoas, e não de capital. Ela busca unir homens e mulheres para alcançar seus objetivos em conjunto, a partir do conceito de compartilhamento de ideias, conhecimentos e valores.

Ser membro de uma cooperativa é acreditar que ninguém perde quando todo mundo ganha. O membro da cooperativa, além de buscar benefícios próprios, participa das ações sociais da comunidade à qual pertence. Nesse contexto, a cooperativa é caracterizada seguintes valores: solidariedade, responsabilidade, democracia e igualdade.

Os princípios da cooperativa são a adesão livre e voluntária, a gestão democrática, a participação econômica dos membros, a autonomia e independência, a educação, a formação e informação, a intercooperação e o interesse pela comunidade. Sua presença é importante na economia brasileira, por ser um sistema capaz de alinhar o desenvolvimento humano aos seus princípios universais, citados acima.

Nos últimos anos, o número de pessoas que integra as cooperativas no mundo tem aumentado – chegando a 17,1 milhões de pessoas em 2020 –, o que, de acordo com a OCB, é “uma demonstração clara de que o cooperativismo tem sido visto, cada dia mais, como um modelo de negócio e um caminho interessante para a prática do empreendedorismo coletivo, contribuindo diretamente para a geração de renda de muitos brasileiros”. Baseando-se na ajuda mútua, a cooperativa apoia suas atividades por meio dos setores econômico e social, almejando contribuir para a melhoria das condições de vida dos seres humanos.

Diante de situações de crises atravessadas pelo mundo nos últimos anos, em especial a crise econômica de 2008 e a crise sanitária de 2019, tem se sentido cada vez mais a importância e a força das cooperativas. Elas adaptam-se a cada situação e sua visão foi sempre focalizada no coletivismo. O Anuário do Cooperativismo Brasileiro (2021) mostra que, em 2020, o total de ativos (aos bens e direitos) das cooperativas brasileiras atingiu um número próximo a R$ 655 bilhões – um aumento considerável de mais de 33% em relação ao ano de 2019, bem como um patrimônio líquido (riqueza) que cresceu 15% a mais do que no ano de 2019.

A tabela acima mostra a evolução do patrimônio geral (valores ativos e valores passivos) das cooperativas no Brasil em dois períodos, 2019 e 2020. Há um aumento considerável em cada rubrica. Isso evidencia que, entre esses dois períodos, mesmo durante a crise sanitária, a cooperativa não desistiu e continua demonstrando seu interesse pelas causas sociais e por contribuir no combate à pandemia de covid-19.

Também se notam, na tabela, dois aspectos importantes: sobras (resultado positivo anual) e ingressos. Na contabilidade das cooperativas, os resultados positivos apurados no exercício denominam-se sobras e são distribuídos aos membros da cooperativa. Entre esses dois períodos, verificou-se um aumento do resultado das cooperativas, que passou de 14,8 bilhões para 23 bilhões, com um crescimento de 55,41%. Houve também uma variação de 34,36% no número de ingressos.

Para facilitar o cálculo das variações e destacar a importância das operações realizadas pelas cooperativas, o ano de 2019 foi considerado como um período 1 anotado (X1), e o ano de 2020 foi considerado como um período 2 anotado (X2).

Destacamos, por fim, a importância das cooperativas no Brasil. Ao longo do tempo, a cooperativa se fortaleceu e se desenvolveu graças aos problemas socioeconômicos e se apresenta atualmente como ator e meio de desenvolvimento econômico, social e ambiental no Brasil. Esse modelo se posiciona como protagonista em vários domínios da organização, criando empregos – particularmente na prestação de serviços – e tendo um impacto positivo na sociedade brasileira através de ações sociais e econômicas.

(*) Ayawovi Djidjogbe Fanho é aluno de mestrado do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Rural da UFRGS.

(*) Omar Ouro-Salim é doutorando em Administração na Universidade de Brasília (UnB).

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