Enfermeiros: os heróis esquecidos da pandemia
Nunca foi tão importante ser enfermeiro no Brasil. Nunca fomos tão homenageados. No entanto, a classe de enfermagem – que inclui enfermeiros, técnicos e auxiliares –, passa por batalhas internas que vão além do que a comunidade percebe. Não é apenas a falta de condições adequadas de trabalho, descanso e valorização. Tudo é agravado com o afastamento obrigatório de nossas famílias, para protegê-las.
Temos hoje duas lutas essenciais: a jornada de 30 horas de trabalho e a instituição de um piso salarial digno. É uma luta nacional, com projetos de lei em trâmite que esperam por aprovação aproveitando este momento em que estamos com visibilidade.
Quem sofre são os profissionais que estão desassistidos. Sem suporte administrativo e emocional. É preciso que as entidades e os governantes entendam a necessidade de valorizar os profissionais que estão na linha de frente para salvar vidas.
Uma classe unida e bem representada tem força política para mudar realidades, inspirar respeito e gerar uma nova forma de trabalho para todos. Só assim seremos ouvidos e compreendidos pelos setores que têm o poder de melhorar nossas condições de trabalho, sem que para sobreviver tenhamos que fazer uma carga horária excessiva e recorrer a mais de um trabalho, comprometendo nossa saúde física e mental.
Profissionais de enfermagem, vamos nos unir para que assim tenhamos força para exigir que sejamos lembrados, principalmente por aqueles que nos representam na classe para então nos representar politicamente. O que almejamos é ter o respeito e a verdadeira valorização da que todo profissional da saúde merece.
(*) Gilson Hanszman é Mestre em Enfermagem, tenente coronel do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro e membro de duas comissões do COFEN – Urgência e Emergência e Enfermagem Militar