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Mato Grosso do Sul: um estado em in(visibilidade)

Por Ana Carla de Amorim (*) | 14/10/2023 09:30

O nome é um dos primeiros registros que aprendemos na vida. É o que assinala, que nos marca e nos identifica, que diz quem somos, de onde viemos e quais as nossas raízes. É sinal de pertencimento. Pertencemos a uma família.

Já estava tudo certo: o meu nome seria Juliana ou Aline. No entanto, algo aconteceu no caminho até o cartório e o meu nome foi registrado: Ana Carla. Não sei qual a razão para a troca do nome, principalmente porque ele não tinha qualquer relação com os nomes sugeridos até então. Eu tenho uma irmã mais velha. O nome dela, Patrícia Carla. Talvez seja essa a resposta, o meu pai deve gostar do nome Carla.

Sendo assim, se eu sou Ana Carla, ou simplesmente Ana como gosto de ser chamada, não posso ser Juliana nem mesmo Aline, certo? Quem nunca passou um constrangimento ao ser confundido e chamado por outro nome diante de um desconhecido?

Nesse sentido, para evitarmos qualquer situação desagradável a esse respeito, eu vou apresentar um amigo de longa data, que me acolheu nesse lugar onde vivo com a minha família há mais de 30 anos.

Localizado na região Centro-Oeste, no dia 11 de outubro de 1977, Mato Grosso do Sul foi desmembrado do estado de Mato Grosso, tornando-se um estado brasileiro, tendo a cidade de Campo Grande como capital.

No entanto, não é raro visitantes chamarem o estado de Mato Grosso, fazendo com que os seus moradores corrijam o erro e complementem: “do Sul!” Atualmente em exibição, a novela Terra e Paixão colocou no ar uma cena que repercutiu nas redes sociais, com os personagens Anely e Luigi (interpretados respectivamente por Tatá Werneck e Rainer Cadete), reforçando o nome do estado: Mato Grosso “do Sul!” Do mesmo modo, quando o nome do nosso estado é pronunciado de maneira correta, chega a ser música para os nossos ouvidos.

Considerando os 46 anos de sua existência, já passou da hora de falarmos corretamente o seu nome, não é mesmo? Portanto, da mesma forma como, por exemplo, Rio Grande do Norte não é Rio Grande do Sul e São Paulo não é Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul assim como todos os estados, tem a sua identidade geograficamente, como também tem a sua história, a sua cultura, as suas tradições, a sua culinária.

Mato Grosso do Sul tem o tereré, sopa paraguaia, churrasco, chipa, o Pantanal com a sua biodiversidade (Pantanal que inclusive foi o título de uma novela exibida nos anos de 1990 e que teve um remake em 2022).

É verdade que ele não tem mar, não tem praia, mas tem grutas, rios, trilhas, tem o Bioparque Pantanal (o maior aquário de água doce do mundo) e outros tantos lugares para conhecer, visitar, se refrescar e que nos deixam mais próximos e conectados intimamente e com a natureza.

Por isso, se por acaso, você ouvir alguém chamando o nome do meu amigo por um nome que não é o dele, por favor, me ajude. Vamos juntos apresentar esse estado que é tão legal para mais e mais pessoas autênticas e únicas como você. Agora eu preciso ir. Até breve. Viva Mato Grosso do Sul.

(*) Ana Carla de Amorim é escritora, graduada em Pedagogia e Mestre em Educação pela UCDB – Universidade Católica Dom Bosco.

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