Mês da Consciência Negra, por mais humanos conscientes
Começo esse texto com um sonoro “eu acho”, aliás como é bom dizer “eu acho”; hum que falta de sensibilidade por parte desta que vos escreve, pois “eu acho” nunca fez diferença, nunca fez mudança alguma concreta, e nunca exerceu empatia alguma. É ironia de minha parte sim, para tocar de leve em tua pele, para tocar de leve em teu mundo, teus preceitos, meus preceitos, teus e meus pré-conceitos.
Mais de 300 anos de submissão, humilhação, escravidão, gerações após gerações, 136 anos de “liberdade”, ainda “atada” aos olhares, as separações, as palavras disfarçadas de brincadeira. A modernidade nos trouxe muito, mas não fez de nós tudo o que podemos ser, “eu acho” não proporciona a verdadeira equidade, “eu acho” não proporciona o abraço livre, abraço simples entre dois seres humanos.
Pelos becos, pelas favelas, pelas ruas, nas filas do desemprego, nos bancos das universidades, nas carvoarias, até mesmo nas passarelas, e nas capas das revistas, nos filmes e nas novelas, existe um silêncio que grita, e tão somente vive e traz consigo a insígnia da história, fatos vividos, sentidos, evidenciados e constatados, e contra fatos não há argumentos. A riqueza de um povo, sua cultura, seu tom, sua cor, seu direito de SER em toda sua plenitude.
Por mais empatia, por mais respeito, por mais conhecimento e menos ignorância, por mais humanidade, por tudo que nos faz iguais, dia após dia, façamos uma nova história, uma história bonita e diferente.
(*) Ruth Candida Lopes, bacharel em Direito, servidora pública municipal, acadêmica UFMS e poetisa
Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.