O trabalho em excesso e as consequências para os super ricos
"Bilionários não deveriam existir", disse o senador Bernie Sanders há algum tempo. E, no debate presidencial democrata ocorrido em outubro deste ano, ele disse que a disparidade de riqueza na América é "um ultraje moral e econômico". Já Tom Steyer, um empresário da Califórnia que era o único bilionário no palco naquela noite, disse: "o senador Sanders está certo".
Essa é uma ideia que está crescendo cada vez mais. Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, que vale cerca de US$ 70 bilhões (R$290 bi), aparentemente está aberto a discutir essa problemática. "Não sei se tenho um limite exato de quanto dinheiro alguém deveria ter", disse ele em uma sessão de perguntas e respostas transmitida ao vivo com funcionários da empresa no início de outubro. "Mas, de alguma forma, ninguém merece ter tanto dinheiro."
Os ricos trabalham muito?
Estudos ao longo dos anos indicaram que os ricos tendem a trabalhar mais horas e a passar menos tempo socializando. Tim Cook, executivo-chefe da Apple, cujo valor foi estimado em 1 trilhão de dólares, disse que acorda às 03:45 da manhã para planejar as estratégias com objetivo de ganhar a concorrência com seus rivais corporativos. Elon Musk, o homem por trás da Tesla e da SpaceX, considera uma vitória que ele tenha conseguido mudar as 120 horas de trabalho semanal para 80 ou 90.
Para a outra parcela da população que sequer tem acesso ao básico, fica a reflexão sobre tamanha disparidade monetária. Para essas pessoas, as esperanças ficam em loterias e jogos de cassinos Brazil, oportunidades que prometem uma esperança de, em um piscar de olhos, mudar a vida de quem tirar a sorte grande. O problema, porém, é que parece que mesmo quantias grandes não valem muito se não houver jornadas árduas de trabalho.
Uma vez chegando lá, não é possível parar
Tim Ferriss, o autor de life-hacking e de podcasts famosos que foi um grande investidor do Vale do Silício por quase uma década, escreveu em um e-mail que muitas desses super ricos estão “navegando no trabalho e na vida na sexta marcha há décadas”.
"Uma vez que não têm necessidade financeira de trabalhar, eles têm dificuldade em mudar para uma marcha mais lenta", escreveu Ferriss. "Eles são como pilotos de corrida que agora precisam aprender a dirigir nas curvas e cruzamentos dos bairros a 48 km por hora".
Os ricos se tornam ansiosos e isolados
O isolamento que geralmente acompanha a riqueza extrema pode fornecer um impulso emocional para continuar a ganhar mais e mais, muito depois dos confortos materiais terem sido alcançados, disse T. Byram Karasu, professor emérito de psiquiatria da Faculdade de Medicina Albert Einstein, no Bronx, que trabalhou com vários poderosos em seu consultório particular.
Dr. Berglas, ex-membro da faculdade de psicologia da Harvard Medical School, disse: “Se você não consegue se relacionar com as pessoas, presume que o fracasso em ter relacionamentos gratificantes é por causa do ciúme – minha casa é três vezes maior que a dos vizinhos, e eles olham para as minhas aquisições e ficam babando. Na verdade, é tudo um mecanismo compensatório: talvez eu não tenha muitos amigos, mas posso fazer o que quiser e sou a pessoa mais poderosa que existe”.
Oportunidade sem limites, portanto, pode levar a extremo isolamento. Eles já possuem o presente. O que mais resta para comprar senão o amanhã e o depois? É por essas circunstâncias que o fetiche dos super ricos pelo turismo espacial começa a fazer sentido.
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