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Pandemia e seus impactos ambientais

Amanda Micheli Mariano de Mello (*) | 04/05/2020 18:55

Em um período em que manchetes terríveis se alastram com prontidão, vivemos no mundo em uma condição histórica para a sociedade – fomos forçados a mudar os mais simples hábitos-, a natureza demonstra mais uma vez que a autoria pela crise climática é toda  nossa e que somos a mudança que o planeta necessita.

Visto isso ignorando qualquer pensamento de que não somos responsáveis pela crise climática no planeta, os efeitos da quarentena no meio ambiente já podem ser sentidos e vistos, provando que há sim esperança para o planeta - só precisamos agir e investir em tecnologias renováveis e limpas, logo ambientalmente favoráveis.

 Os impactos e efeitos dessa pandemia no meio ambiente ao redor do mundo são notórios como a notícia que se tornou viral nas redes sociais, sobre a  Itália no qual os famosos canais de Veneza, que têm suas águas turvas por conta da alta circulação de gôndolas de turistas, voltaram a ter água cristalina, pois  agora os sedimentos podem permanecer no fundo. Dessa maneira, peixes nadando ao fundo voltaram a ser vistos.

 Enquanto vivemos um confinamento, o céu ficou mais limpo. Nem parece que vivemos em um mundo onde, sob  circunstâncias normais, mais de 4 milhões de pessoas morrem por ano devido à poluição atmosférica.

Para se ter noção, pesquisas já apontam que as partículas finas, sozinhas, ocasionam mais mortes e doenças do que todas as outras exposições ambientais juntas. Que mundo é esse em que um novo vírus pode ser menos letal do que nossos velhos padrões de produção e consumo? — questiona Strassburg, que é professor do Departamento de Geografia e Meio Ambiente da PUC-Rio.

Ademais a qualidade do ar vem melhorando significativamente em diversos pontos do mundo. Na Itália e na China, os dois maiores focos da pandemia, receberam comprovações que os níveis de dióxido de carbono e dióxido de nitrogênio no ar diminuíram significativamente. A pandemia é crítica, mas abre uma janela de possibilidades que nos revelam como podemos ser mais sustentáveis.

Desse modo os níveis de poluição tiveram uma redução nos centros urbanos no Brasil durante a fase de quarentena, imagens captadas do satélite Sentinel 5P, da Agência Espacial Europeia, apresentam a redução do dióxido de nitrogênio em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Goiânia, Curitiba, Salvador e Belo Horizonte. Além disso, podemos observar os impactos não estudados, porém as praias estão mais limpas e animais podem ser vistos, no estado do Mato grosso do sul, pantanal e suas belezas naturais exploradas pelo turismo também agradece.

Cientistas, porém, afirmam que as reduções são passageiras: quando os países voltarem às suas rotinas normais, os números voltarão a subir. No entanto, quando a situação voltar ao normal, espera-se que os governos percebam a importância em investir em sustentabilidade, pois no futuro, virão outras grandes crises.

 Dessa forma a sociedade também precisa refletir sobre as influência que  nosso modelo de vida tem na nossa saúde, o alto custo ambiental, social e humano do nosso padrão de sociedade.

O mundo está repleto de bons exemplos e de ideias inovadoras. Precisamos valorizar expandir e acelerar o processo de execução destas iniciativas. Devido à falta de preocupação com as futuras gerações, o colapso dos recursos naturais parece ser o destino do nosso planeta, assim como estamos vivendo o colapso da saúde pública.

(*) Amanda Micheli Mariano de Mello é engenheira ambiental (UFMS).

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