Para moradores, fumaça após queda de caça da FAB era das queimadas “de sempre”
Ao perceber pane, piloto manobrou avião para que caísse em área desabitada e ejetou-se
Moradores e trabalhadores dos fundos do Coophavilla, região onde avião da FAB (Força Aérea Brasileira) caiu no fim da manhã desta segunda-feira (13), não viram o momento do acidente. Muita gente só percebeu o céu foi tomado por fumaça, mas nem deu importância, porque por lá, queimadas são frequentes.
“Mas não vi nada, não escutei nada. Só vi a fumaça. Fiquei sabendo que era o avião depois, por matérias que colocaram no grupo do condomínio”, conta a síndica Luana Aiva Ferreira, 30 anos, do Residencial Portal da Laranjeiras 2.
Pedreiros na construção de outro residencial na região, José Gonçalves, 52, e José Cardoso, de 49 anos, viram a fumaça de longe, mas só notaram que não era um simples incêndio, quando viaturas do Corpo de Bombeiros e PM (Polícia Militar) passaram por eles a todo vapor. “Cheguei para trabalhar era meio-dia mais ou menos e percebi essa fumaça toda uma meia hora depois, mas não liguei não. Achei que era fogo na braquiária”, afirma Gonçalves.
O mestre de obras José Teodoro , de 58 anos, tinha outra teoria. “Achei que era foto no lixão. Mas quando vi a PM, estranhei. Não tinha porque ir polícia lá”.
Aline Granchi, também moradora da região, gravou stories no Instagram logo depois do acidente, mas também não testemunhou o momento da queda. “Estou em choque, porque poderia ter caído em cima da minha casa”, afirmou.
O acidente – O acidente aconteceu pouco depois da 11h de hoje. Conforme informado pela FAB, ao perceber pane na aeronave, o piloto manobrou o caça A-29 Super Tucano até uma área desabitada – plantação de milho ao lado da Fazenda Cerradinho – e ejetou-se antes da queda.
O piloto foi resgatado por um helicóptero H-60 Black Hawk, do Esquadrão Pelicano, e passa bem, também conforme informações divulgadas pela FAB.
O Corpo de Bombeiros foi acionado e contou com a ajuda de funcionários da fazenda e um trator para apagar o incêndio na aeronave e na vegetação em volta. Pelo menos 10 hectares da lavoura de milho queimaram.
Por causa da situação, o espaço aéreo da Capital ficou todo fechado das 11h20 até às 13h59, segundo a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária).