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Primavera, tempo de semear…

Mauro Manoel da Costa (*) | 07/10/2020 12:44

O ser humano que tropeça e se ergue é digno de admiração, pois compreende a dualidade da existência, sol e chuva, noite e dia, inverno e primavera, perda e ganho, alegria e sofrimento, dinâmica que impulsiona o contínuo espiral cíclico.

Percebe que o “curado” não é aquele que não mais cai, que não terá mais crises, este humano não existe. Mas aquele que busca habilidades para sair de crises, como da paciência e perseverança, fazendo da simplicidade a joia da sua nobreza.

Se tem o couro da face marcado pelas intempéries, também traz o sorriso da esperança fundada na força da fé. Com coragem enfrenta as tempestades que marejam os olhos, pois incorporou que não há nem certo ou errado, mas transformação. Mas como viver esse entendimento? Como realizar o bom combate e não ficar errando sem norte na densa floresta?

Constituindo uma ponte sólida ligando reflexão e coração, pensamento e sentimento, como um mesmo continente. Cultivando, como jardineiro, as habilidades que nos permitem sair da encruzilhada trazida pelas crises.

Buscando a condição de mestre e discípulo de si próprio. Cultivador de si mesmo, jardineiro que semeia sobre seu próprio chão, pois entre o pensamento e a ação há sempre a escolha. A liberdade nos foi outorgada, como conquista na dialética evolutiva, logo é mister estarmos atentos no processo do cultivo e as sementes semeadas.

Do alto da montanha vigiamos a cidadela, entretanto o combate ocorre nos vales e planícies, enfrentado as nações do medo, melindre, insegurança, vaidade e orgulho, julgamento, entre outras. Neste bom combate a consciência de cada ação é fundamental, saber quando avançar ou recuar, quando preparar a terra, semear e colher.

Honrando e respeitando todos os demais jardins, dos ancestrais, assim como os dos hermanos e hermanas que ombreiam conosco a vivência, por onde borboletas e beija-flores vão de lá para cá trocando o mel fecundante das relações. Portanto, realizemos nossa caminhada com graça e firmeza, para que a ternura não sucumba em tempos de crise, pois vai passar.


(*) Mauro Manoel da Costa é filósofo

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