Sincronização errada
Ao longo da trajetória da humanidade muitas transformações foram ocorrendo, o que está intimamente ligado à sintonização dos seres humanos, isto é, o seu querer pode tanto atrair o bem geral como inóspitas condições de vida. No passado distante vivíamos num sistema de subsistência em que a economia seguia de forma natural com a produção voltada para os bens essenciais. O modo de vida era simples e o ponto alto eram as reuniões nas montanhas para manifestar gratidão à natureza.
Os seres humanos tinham toda liberdade para decidir o próprio rumo, mas com arrogância se afastaram da natureza e de sua proteção. Escolhendo caminhos errados, se esqueceram que a vida tem finalidades elevadas além da subsistência e se entregaram às ninharias do mundo material, que agora se acha no limite.
A terra despontou como fator de poder, sendo que os nobres eram detentores da terra, e os vassalos trabalhavam nela. Com o passar do tempo foi surgindo a classe dos comerciantes e dos emprestadores de dinheiro a juros. Os antagonismos não tardaram a surgir entre camponeses, nobres, comerciantes e emprestadores de dinheiro.
O comércio florescia, dando início à produção artesanal de bens, o que se transformou em fábricas que necessitavam de capital e impunham condições desumanas aos trabalhadores. Juros e impostos absorviam grande parte do resultado do trabalho. Ao longo do tempo surgiram interesses econômicos, ideologias e guerras. Surgia a civilização do dinheiro, o materialismo como a sintonização básica da humanidade, e tudo passou a ter preço para ser vendido no mercadão da vida. Aos poucos a busca pelo desenvolvimento espiritual foi sendo eliminada da Terra e, consequentemente, também a boa vontade e a paz entre as pessoas.
Não foi o capitalismo que tornou o ser humano um ganancioso sintonizado unilateralmente na conquista de riqueza e poder, como pensam muitas pessoas; ao contrário, foi o próprio ser humano que criou o capitalismo selvagem. A criação do comunismo também decorreu da sintonização errada.
Há no mundo um clima opressor. Em pleno século 21, estamos enfrentando as consequências dos abusos cometidos na emissão de papel-moeda e sua utilização de forma desordenada. Antigas profecias anunciavam que o futuro traria dificuldades e fome. Atualmente, o sol, com energia reforçada, chama a atenção para que os homens pensem seriamente na vida e sua finalidade, e não se entreguem cegamente ao poder do dinheiro, mas construam e beneficiem o planeta diante das penúrias atraídas.
Faltaram líderes sábios para anteverem o futuro e para que não se chegasse a esse beco de sangue. É uma situação que se arrasta desde o final da segunda guerra, o que revela a falta de maturidade da espécie humana que tinha a missão de alcançar fortalecimento e desenvolvimento do espírito, mas caiu no abismo dos desejos egocêntricos e na imoralidade. Aumenta o sofrimento. Faltam sabedoria e alegria. Precisamos de Paz no mundo e evolução espiritual.
(*) Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP.