Após 36 mães mortas, Saúde vai equipar municípios com ultrassom e ambulâncias
Covid elevou índice de mortalidade materna; só neste ano, 36 mulheres morreram na gestação ou pós-parto em MS
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Depois de viver a diminuição da mortalidade materna, Mato Grosso do Sul viu 36 mulheres morrerem na gestação ou pós-parto só neste ano no Estado. O índice aumentou com a pandemia e fez com que a SES (Secretaria Estadual de Saúde) voltasse a atenção ao cuidado com o pré-natal.
"Infelizmente, a pandemia trouxe o agravo, já que muitas mães no ciclo gravídico-puerperal foram acometidas pela covid e vieram a aumentar o número de óbitos", comentou o secretário estadual de Saúde Geraldo Resende.
Em breve, a pasta deve lançar o programa "Bem Nascer", que vai equipar todos os 79 municípios com o básico para o atendimento à saúde.
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"Às vezes, falta ambulância no município para trazer na hora quando tem um quadro mais grave, por isso, vamos colocar equipamentos, desde ultrassom, que é um equipamento que não pode faltar a nenhuma cidade para se fazer um bom pré-natal", enfatiza.
O secretário também falou que o programa vai exigir, pelo menos, sete consultas durante a gestação, e além da ultrassom, cada município também vai contar com um aparelho de cardiotoco. "É importante para detectar sofrimento fetal não só na sala de parto, como as unidades de referência dos municípios das macrorregiões", descreveu Geraldo.
Das 36 mortes registradas de janeiro a agosto, segundo a SES, 22 delas foram em razão da covid-19.
Mato Grosso do Sul começou a vacinar gestantes em maio, depois de pressão dos médicos obstetras e também da Defensoria Pública do Estado.
Só em 2020, foram 17 óbitos de gestantes ou puérperas de covid. "Vamos fazer com que todos os município do Estado tenham um olhar muito atento a qualquer mãe e gestante, para que diminuamos não só a mortalidade materna, mas a infantil", comentou o secretário.