Em MS, ao menos 3,8 mil grávidas poderão tomar 2ª dose de outra vacina
Essa troca poderá ser feita em casos excepcionais; público em geral não está apto a tomar doses diferentes
O Ministério da Saúde permitiu com que grávidas ou puérperas que tomaram a primeira dose da Astrazeneca, posteriormente proibida a esse grupo, completem o ciclo vacinal trocando a segunda dose por outra patente. Em Mato Grosso do Sul, ao menos 3,8 mil de Astrazeneca foram utilizadas nessas mulheres.
Segundo dados do Vacinômetro, elaborado pelo governo estadual, cerca de 16 mil doses de vacina contra a covid-19 foram utilizadas em gestantes - 821 doses de Coronavac e 11,8 mil da Pfizer - ambas permitidas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Esse processo, apelidado de “intercambialidade”, vale apenas para esse público, que foi impedido de tomar essas vacinas por conta de parecer emitido pelo órgão regulador sobre possíveis efeitos adversos.
Essa troca chegou a ser feita no estado do Rio de Janeiro, em junho, mas à época o próprio Ministério da Saúde chegou a informar que essa prática não poderia ser feita. Conforme a SES (Secretaria Estadual de Saúde), essa decisão de agora foi tomada após discussões levantadas pelos secretários estaduais de todo o Brasil.
Por meio de nota técnica, a pasta federal reforça que isso é válido apenas a casos específicos e que a prioridade é que seja aplicada Pfizer, ainda que se não houver disponibilidade desse fármaco, possam ser aplicadas Coronavac.
Além disso, indivíduos que tiverem vacinas trocadas deverão ser orientados sobre limitações referentes aos dados existentes e do perfil de risco benefício.
Exceções - Pessoas que têm contra indicações específicas ou que tomaram determinada vacina em um país e agora estão no Brasil, também poderão fazer essa intercambialidade.
Ainda segundo o Ministério da Saúde, a orientação é que a segunda dose seja aplicada depois do período estipulado para a primeira.
Para o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, isso representa mais proteção para as gestantes. “É uma forma de garantirmos proteção a todas as gestantes e puérperas até 45 dias. O Ministério da Saúde considerou estudos com indicativos de respostas seguros - referente à intercambialidade de vacina contra o coronavírus -, considerando a importância da segunda dose para assegurar a elevada efetividade contra a covid-19”.