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Cidades

Avó de menina assassinada senta ao lado de ex-genro e diz que não perdoa filha

Avó, pai de menina e companheiro participam de audiência na Câmara esta manhã

Maristela Brunetto e Jéssica Benites | 15/02/2023 10:11
Delziene ao lado do ex-genro na audiência na Câmara. (Foto: Henrique Kawaminami)
Delziene ao lado do ex-genro na audiência na Câmara. (Foto: Henrique Kawaminami)

A avó da menina de 2 anos morta em Campo Grande após sofrer violência doméstica, Delziene da Silva de Jesus, de 48 anos, disse que desde a data em que neta morreu, em 26 de janeiro, ela não tem contato com a filha e disse que também não pretende ter. Ela revelou não perdoá-la pela morte da criança. Stephanie de Jesus da Silva e o marido, Christian Campoçano Leitheim, foram presos em flagrante e responderão em juízo por homicídio qualificado, no caso da mãe por ter se omitido e permitido o resultado. A ele, ainda foi imputado estupro, que foi constatado pelo IMOL (Instituto Médico e Odontológico Legal)

Delziene participa da audiência pública que a Câmara de Vereadores de Campo Grande promove esta manhã para ouvir o relato de Jean Carlos Ocampos, pai da criança, o companheiro dele, Igor de Andrade, e outros pais para que relatem como funciona a rede de atendimento para as crianças e adolescentes. Os três sentaram juntos no plenário.

A avó contou que Stephanie se afastou dela depois que engatou o novo relacionamento, chegando a dizer que a filha mudou de comportamento. “Existem duas Stephianies”, apontou. Ela conta que a filha sempre trabalhou, tendo até sido premiada. Quando ela começou a se relacionar com Campoçano, ainda morava perto da mãe, que tentava estar presente.

No começo do ano passado, quando a criança apareceu com hematomas e o pai foi a primeira vez à Polícia Civil, ele chegou a mencionar o alerta feito pela sogra, de que a filha batia na criança. Juntas, as duas foram ouvidas na investigação. Stephanie chegou a dizer que houve exagero na acusação e Delziene disse que a filha corrigia a criança, que estaria estressada porque iniciava nova gravidez, mas que não se tratava de agressões. Esse fato acabou arquivado em juízo.

Delziene contou que depois que a filha se mudou, nas vezes em que viu a neta não constatou sinais de agressão. Stephanie a procurava, conta, somente quando precisava de auxílio para as despesas. Ela diz que, hoje, depois do que ocorreu, acredita que a filha viveu um relacionamento abusivo, apontando que jamais imaginaria que ela pudesse acobertar as agressões à criança.

A avó disse que desde a morte da neta mais velha, não conseguiu ver o bebê de Stephanie, que está com os pais de Campoçano. Em uma ocasião recebeu uma foto e revelou que pretende ter a guarda da criança.

A audiência - A audiência foi promovida pela recém-criada Comissão para Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente e a de Direitos Humanos. Quem conduz é o presidente da primeira, Alirio Villasanti. Há também representantes dos serviços de atendimento, como Conselho Tutelar. A rede ficou muito exposta a críticas após o pai revelar ter percorrido vários serviços em busca de atenção para suas suspeitas de que a criança sofria violência, uma vez que sempre a via com hematomas nas vezes em que ficava com a menina, além do sofrimento psicológico que ela apresentava. Ele registrou duas ocorrências na DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), ambas enquadradas como maus-tratos, sendo a primeira arquivada e a segunda, registrada em 22 de novembro, com a filha com a perna engessada, transformada em denúncia pelo Ministério Público na semana passada.

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