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Cidades

Bolívia entrega “herdeiro de Escobar” que foi a festas durante prisão domiciliar

“Figurão” do narcotráfico, Jesús Einar Lima Lobo Dorado foi entregue pela polícia boliviana à PF em Corumbá

Anahi Zurutuza | 07/05/2021 11:05
Jesús Einar Lima Lobo Dorado (de casaco vermelho) na chegada a Corumbá (Foto: Ricardo Veizaga/El Deber)
Jesús Einar Lima Lobo Dorado (de casaco vermelho) na chegada a Corumbá (Foto: Ricardo Veizaga/El Deber)

A Bolívia entregou para o Brasil, Jesús Einar Lima Lobo Dorado, apontado como dono de esquema de envio de cocaína da fronteira para o País.

O “figurão” do tráfico chegou a Corumbá, na noite de quarta-feira (5), segundo o jornal boliviano El Deber, que divulgou detalhes da extradição ontem (6), mesmo dia que no Brasil, a PF (Polícia Federal) desarticulava quadrilha de traficantes comandados por Ary Fernando Swenson Hernandez, 52 anos, também preso na cidade sul-mato-grossense da fronteira.

Lobo Dorado é “herdeiro” do poder de conhecido traficante colombiano Célimo Andrade, parente do outro poderoso Pablo Escobar, conforme informou a Felcn (Força Especial de Combate ao Tráfico de Drogas) da Bolívia.

Ainda segundo El Deber, o líder do clã matinha vínculo com outros grupos dedicadas ao narcotráfico, dentre elas o PCC (Primeiro Comando da Capital), uma das maiores organizações criminosas que age de dentro e fora dos presídios brasileiros.

Dorado em viatura da polícia boliviana logo depois de ser pego em casa (Foto: El Deber)
Dorado em viatura da polícia boliviana logo depois de ser pego em casa (Foto: El Deber)

Extradição - Natural da cidade boliviana de Beni, seu nome ficou conhecido em 2017, quando a Justiça do Brasil solicitou sua extradição pelo crime de tráfico internacional de entorpecentes. A Interpol (Polícia Internacional) emitiu “alerta vermelho”, mas Dorado só foi preso em 28 setembro de 2019, em operação na Villa Bonita, na área de Urubó, em Santa Cruz de La Sierra.

Na época, a Felcn o descreveu como o líder de uma gangue que controlava o tráfico de drogas em toda a Amazônia. O então diretor da Força Especial, Maximiliano Dávila, garantiu que o domínio incluía áreas como San Joaquín, Santa Ana del Yacuma, Guayaramerín, Riberalta, Santa Cruz e até os estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, no Brasil.

O esquema consistia em carregar pequenos aviões com a cocaína e enviar para pistas clandestinas para depois utilizar rotas terrestres e fluviais na distribuição das cargas.

Conforme informou ministro do governo boliviano, Eduardo del Castillo, Lima Lobo Dorado teve ordem de extradição emitida pela Justiça boliviana em 12 de dezembro de 2019 , mas, “devido às decisões do governo, de fato, isso não aconteceu”.

Pelo contrário, o traficante foi beneficiado, em setembro de 2020, com o direito à prisão domiciliar. Acontece que Dorado passou a frequentar festas, principalmente em um luxuoso hotel na região do Morro do Urubó, próximo a sua casa onde estava preso sob escolta policial, descumprindo a ordem judicial de permanecer em sua residência.

Entregue - O narcotraficante foi capturado em casa por agentes antinarcóticos bolivianos. Ele chegou a Corumbá na noite de anteontem, sob forte esquema de segurança por parte da Polícia Boliviana, e foi entregue à Polícia Federal, na ponte que liga os dois países, no Posto Esdras.

Ao Diário Corumbaense, a PF de Corumbá confirmou que o narcotraficante está na sede da delegacia ainda e será encaminhado ao sistema prisional.

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