Quadrilha na mira da PF perdeu R$ 16 milhões em ação que interceptou avião em MS
No ano passado, força-tarefa da FAB, PF e PM apreendeu meia tonelada de cocaína em aeronave
Quadrilha alvo da Operação Grão Branco, deflagrada na manhã desta quinta-feira (6), perdeu cargas de cocaína avaliadas em R$ 16,5 milhões em ação que envolveu caças da FAB (Força Aérea Brasileira) e um helicóptero da CGPA (Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo) de Mato Grosso do Sul, no ano passado.
Era um domingo, 2 de agosto de 2020, quando quatro caças A-29 Super Tucano da FAB e o helicóptero da polícia sul-mato-grossense foram mobilizados para deter aeronaves que transportavam aproximadamente 1 tonelada de cocaína. A PF também participou das ações que ocorreram de forma simultânea em Mato Grosso do Sul e no Mato Grosso.
Um monomotor, modelo EMB-720 Minuano, que foi escoltado para pouso obrigatório em Rondonópolis (MT). Dentro dele havia 450 kg de cocaína. Os pilotos foram presos.
No território sul-mato-grossense, aeronave com prefixo PR-VCZ, da fabricante Beech Aircraft, modelo 58, de 1978, foi orientada a pousar em Três Lagoas. O piloto não obedeceu a ordem e precisou depois fazer pouso forçado em propriedade rural de Ivinhema – cidade a 282 km de Campo Grande, no sul do Estado.
O piloto abandonou a aeronave com 517 kg de cocaína e fugiu. As buscas por terra foram feitas por equipes da da Força Tática e Batalhão de Choque da PM (Polícia Militar), mas ele não foi localizado.
Grão Branco - Os alvos da Operação Grão Branco fazem parte de quadrilha de traficantes de cocaína comandados por foragido da Justiça que vivia na cidade de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. A organização criminosa foi parar na mira da PF após apreensão, em janeiro de 2019, de carga de 495 kg de cocaína, em Nova Lacerda (MT). Durante as investigações, outros 10 flagrantes – com apreensão de aproximadamente 4 toneladas de cocaína, aeronaves e veículos utilizados no transporte da droga – foram feitos. Um destes, foi o de Ivinhema.
Vinte pessoas já foram presas de 2019 para cá. O líder do bando, segundo a PF, já condenado por tráfico internacional de drogas, controlava toda a logística do transporte da droga a partir de uma mansão em um condomínio de luxo em Santa Cruz. Ele era responsável por organizar a saída da cocaína do país vizinho por meio de aeronaves, o recebimento dela em pistas clandestinas, o carregamento em carretas e a entrega em grandes centros do Brasil.
Ainda conforme a Polícia Federal, no ano passado, por meio da cooperação, o líder do esquema foi expulso da Bolívia e preso no Brasil. Seus familiares e outros integrantes da organização criminosa, contudo, continuaram com o esquema.
A operação cumpre três mandados em Mato Grosso do Sul, dois deles em Campo Grande e um em Corumbá – município localizado a 417 km da Capital, no oeste do Estado, e que faz fronteira com a Bolívia. Ao todo, serão cumpridos 110 mandados, sendo 38 de prisão e 72 de busca e apreensão em nove estados.
Além do Mato Grosso do Sul, equipes estão nas ruas do Mato Grosso, no Tocantins, Amazonas, Maranhão, Pará, Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo. A PF do Mato Grosso, que comanda a operação, não informou ainda se já foram efetuadas prisões na Capital ou em Corumbá.
A Justiça Federal determinou ainda a apreensão de 10 aeronaves e o sequestro dos bens de 103 pessoas físicas e empresas investigadas.
Nesta manhã, policiais federais apreenderam joias, relógios, dinheiro e munições nos endereços onde são cumpridas as ordens judiciais. Carros também foram confiscados.