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Cidades

PF caça traficantes responsáveis por avião que fugiu de intercepção da FAB

De mansão na Bolívia, brasileiro foragido da Justiça comandava esquema em 9 estados

Anahi Zurutuza | 06/05/2021 06:56
Aeronave que foi interceptada pela FAB e fez pouso forçado em fazenda de Ivinhema no ano passado (Foto: Jornal da Nova)
Aeronave que foi interceptada pela FAB e fez pouso forçado em fazenda de Ivinhema no ano passado (Foto: Jornal da Nova)

A Polícia Federal está nas ruas de Mato Grosso do Sul e mais oito estados nesta quinta-feira (6) para cumprir 110 mandados contra traficantes de cocaína comandados por foragido da Justiça que vivia em mansão na Bolívia. Para a Operação Grão Branco, a Justiça Federal determinou a apreensão de 10 aeronaves e o sequestro dos bens de 103 pessoas físicas e empresas investigadas.

Com o objetivo de desarticular o esquema de tráfico internacional de cocaína, a PF cumpre 38 mandados de prisão e 72 de busca e apreensão no Estado e também no Mato Grosso, no Tocantins, Amazonas, Maranhão, Pará, Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo. A ordens judiciais foram expedidas pela 1ª Vara da Justiça Federal de Cáceres, no Mato Grosso.

A organização criminosa foi parar na mira da PF após apreensão, em janeiro de 2019, de carga de 495 kg de cocaína, em Nova Lacerda (MT). Durante as investigações, outros 10 flagrantes, com apreensão de aproximadamente 4 toneladas de cocaína, aeronaves e veículos utilizados no transporte da droga, foram feitos.

Um destes, em Ivinhema, cidade a 282 km de Campo Grande, no sul de Mato Grosso do Sul. Força-tarefa apreendeu, no dia 2 de agosto de 2020, avião que fugiu de intercepção da FAB (Força Aérea Brasileira) em Três Lagoas. O bimotor foi capturado com meia tonelada de cocaína.

Flagrante de carga de cocaína feito ao longo das investigações (Foto: PF/Divulgação)
Flagrante de carga de cocaína feito ao longo das investigações (Foto: PF/Divulgação)

Vinte pessoas já foram presas de 2019 para cá. O líder do bando, segundo a PF, já condenado por tráfico internacional de drogas, encontrava-se foragido da justiça brasileira e controlava toda a logística do transporte da droga a partir de uma mansão em um condomínio de luxo em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Ele era responsável por organizar a saída da cocaína do país vizinhos em aeronaves, o recebimento dela em pistas clandestinas, o carregamento em carretas e a entrega em grandes centros do Brasil.

Ainda conforme a Polícia Federal, no ano passado, por meio da cooperação internacional com a Polícia Boliviana, o líder do esquema foi expulso da Bolívia e entregue as autoridades brasileiras, iniciando o cumprimento da pena por tráfico. Seus familiares e outros integrantes da organização criminosa, contudo, continuaram com o esquema.

Nesta quinta-feira, a PF conta com a ajuda da Força Aérea Brasileira, Gefron (Grupo Especial de Fronteira) do Mato Grosso, PRF (Polícia Rodoviária Federal), polícias Civil e Militar do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

Grão Branco, nome da operação, faz referência ao transporte de grãos (soja, milho) do Mato Grosso para São Paulo, uma das maneiras usadas pela quadrilha para esconder as cargas de cocaína.

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