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Capital

Apesar do preço elevado, tradição garante alta nas vendas de peixes

Tradicional bacalhau é desbancado por tilápia, pacu e pintado em peixarias e supermercado

Por Cassia Modena e Murilo Medeiros | 17/04/2025 12:14
Apesar do preço elevado, tradição garante alta nas vendas de peixes
Peixe de rio congelado puxou alta nas vendas em peixaria (Foto: Marcos Maluf)

Em tempos de inflação nos alimentos, o tradicional bacalhau fica ainda mais para escanteio na Semana Santa. Comércios que o Campo Grande News consultou na manhã desta quinta-feira (17) tinham bom movimento, mas em busca dos peixes mais baratos.

RESUMO

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Em meio à inflação, as vendas de peixes aumentaram na Semana Santa, com consumidores optando por espécies mais baratas como tilápia, pacu e pintado, em detrimento do tradicional bacalhau. Peixarias em Campo Grande, como a do Jardim Leblon e do Mercadão Municipal, registraram alta nas vendas, mesmo com preços elevados. O pacu, pescado nos rios de Mato Grosso do Sul, é o mais vendido. Apesar do aumento nos preços, clientes mantêm a tradição de consumir peixe na data. Supermercados também notaram crescimento nas vendas, mas o bacalhau perdeu espaço devido ao custo e à dificuldade de preparo.

Tilápia, pacu e pintado são os campeões de procura na Peixaria MS, do Jardim Leblon, no supermercado Duarte, do Bairro Piratininga, e na peixaria do Mercadão Municipal.

Dono da peixaria do Leblon há 36 anos, Luis Carlos Barbosa está vendendo bastante, apesar dos preços estarem mais altos.

Apesar do preço elevado, tradição garante alta nas vendas de peixes
Luiz Carlos, proprietário da peixaria do Leblon (Foto: Marcos Maluf)

Ele calcula um ganho 30% superior ao do ano passado. "Como nós trabalhamos com peixe especial, pescado de rio, o preço aumenta. Mesmo assim, este ano está muito boa a nossa venda. Comparado com o ano passado, está bem melhor", fala.

O pacu pescado nos rios de Mato Grosso do Sul, ele garante, é o mais vendido. Na peixaria do Leblon ele sai a R$ 28, o pintado a R$ 45,90 e a tilápia a R$ 45 o quilo.

Clientes estão fazendo fila do lado de fora da peixaria do Mercadão. O gerente de lá, Cleuber Linares, conta que a procura está satisfatória.

Apesar do preço elevado, tradição garante alta nas vendas de peixes
Fila do lado de fora da peixaria do Mercadão Municipal (Foto: Marcos Maluf)

"Hoje é o dia de maior intensidade, mas desde a semana passada a gente percebe uma crescente muito boa na venda. Está equilibrado, é o esperado", fala.

O peixe mais em conta é o pacote de sardinha, saindo por R$ 15. Depois, vem a posta de pintado: R$ 33,90 o quilo. O pacu inteiro está R$25,90 o quilo.

Bacalhau também tem e está R$ 69,90 o quilo do filé. O comércio anda investindo cada vez menos no estoque dele.

Apesar do preço elevado, tradição garante alta nas vendas de peixes
Cleber Linares, o dono da peixaria do Mercadão Municipal (Foto: Marcos Maluf)

"Já não trabalho com bacalhau salgado, só com ele congelado. Tem alguns anos que nós paramos porque o salgado dá muito trabalho, muita perda, o corte dele é complicado. Sempre tem uma procura, mas aqui na peixaria os mais vendidos são o pacu e pintado, principalmente o pacu recheado porque está semipronto", finaliza Cleber.

Mais caros - O funcionário público Edson Luiz Alves, 51, era um dos clientes atendidos quando a reportagem chegou a um dos locais. Ele reclamou do quanto gastou.

"Rapaz, o preço está meio carinho, principalmente porque na nossa região tem peixe e rio para todo lado. Mas minha esposa e eu faremos um esforço e vamos comprar. Vale a pena pela Semana Santa, mas aumentou o preço. De cativeiro ainda está mais em conta, mas de rio subiu", falou.

Apesar do preço elevado, tradição garante alta nas vendas de peixes
Edzon Luiz percebeu diferença no preço em comparação ao ano passado (Foto: Marcos Maluf)

O arquiteto Antônio Elson Santana, 50, comprou um pacu e já estava indo para casa. "Paguei R$ 109. Todo ano eu costumo comprar peixe, mas dessa vez estou achando bem caro o preço. Amanhã provavelmente vai estar bem mais caro", disse.

Ele é outro que prefere não abandonar a tradição. "Tem que manter, ainda mais aqui na beira de rio, na Semana Santa, vale a pena manter", completa.

A artesã Andréa Müller, 54, preferiu o camarão, mas nem por isso ficou satisfeita com o preço.

Apesar do preço elevado, tradição garante alta nas vendas de peixes
A artesã Andréa optou pelo camarão, mas não economizou (Foto: Marcos Maluf)

"Sempre faço empadão de camarão para levar na vigília que tem na igreja. Geralmente, eu trago do Rio de Janeiro, lá é bem mais barato. Como não deu pra trazer, aí eu vou comprar aqui. Aqui está R$ 24 meio quilo. Bem salgado. Lá eu compro um quilo por R$ 30", contou.

Mais tranquilo - O supermercado Duarte estava com movimento mais tranquilo em relação às peixarias. Ainda assim, as vendas de peixes também estão melhores no estabelecimento, segundo a subgerente Francelina Rodrigues da Silva.

"Estamos fazendo promoção de peixes todos os dias esta semana. Eu acho que este ano está bem mais movimentado, está melhorando. Ano passado não estava tanto. E olha que os preços deram uma subidinha. Tudo subiu e o peixe também", afirmou.

Apesar do preço elevado, tradição garante alta nas vendas de peixes
Cartaz chama atenção para promoção em supermercado (Foto: Marcos Maluf)

A tilápia é o peixe mais procurado. O pacote de 800 gramas custa R$35.

Quanto ao bacalhau, o Duarte nem adquiriu para revenda. "Nem veio para a gente e nenhum cliente procurou pelo produto. Acho que as pessoas não querem mais cozinhar, principalmente coisas mais difíceis como o bacalhau", finalizou.

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