Ciclistas relatam acidentes e insegurança em ciclovia disputada na Gury Marques
Desrespeito à faixa destinada a bicicletas tem causado acidentes no local e alertado quem utiliza a via
Apesar de ter uma ciclovia, localizada na frente do Terminal Guaicurus, na Avenida Gury Marques, ciclistas têm sentido na pele a insegurança: isso porque os motoristas invadem a faixa exclusiva, “tiram fina” e ultrapassam em alta velocidade quem está sob duas rodas. O desrespeito à via destinada a bicicletas tem causado acidentes e assustado quem precisa utilizar a faixa para trafegar.
Uma vítima do problema foi o microempresário Neudemir Giavarotti Machado, de 43 anos. Ele disse ao Campo Grande News ter sofrido acidente ontem (13), devido à imprudência dos motoristas.
“Eu estava indo para o trabalho pela ciclovia, era 7h30h, quando um veículo Ônix de cor vermelha invadiu a ciclovia e me atingiu de frente, eu pulei da bicicleta, mas achei que ele ia parar. Ele seguiu em alta velocidade, ainda por dentro da ciclovia e quase atingiu o outro ciclista que vinha atrás e um pedestre que estava atravessando na faixa, que dá entrada para o terminal. Foi tudo muito rápido”, disse.
Com o impacto, o ciclista que usa o modelo scooter elétrica contou que machucou uma das pernas e teve prejuízos materiais.
Machado diz que o problema é recorrente. "Diariamente nós presenciamos abusos por parte de motoristas que invadem a ciclovia", afirmou. No chão, é possível ver a marca da sinalização horizontal, mas, segundo ele, deveria ter mais indicativos, como placas, para informar aos condutores da via específica, já que ela não está separada da pista da avenida.
"Alguns motoristas acham que os ciclistas estão andando na contramão no meio da via, aí é o ponto onde eles perdem a cabeça querendo ultrapassar pela ciclovia, e acabam jogando os carros em cima dos ciclistas e pedestres”.
Após o atropelamento, o microempresário alertou equipe da Polícia Militar que passava pelo local. “Dei sinal a eles e pararam, aí informei o acontecido passei meu telefone para o policial, e eles saíram atrás do motorista, mas, quando já estava aqui no trabalho, o policial me informou que não tinha localizado o veículo. Está bem perigoso ali, necessitaria de uma atenção urgente, até mesmo para evitar uma fatalidade”, finalizou.
Outro relato - Quem também vive os perigos da ciclovia é a prestadora de serviços gerais Jucilene Rodrigues da Silva, de 52 anos. À reportagem ela afirmou que chega a descer da bicicleta para usar a calçada e atravessar na faixa de pedestre porque se sente mais segura.
“Aqui na ciclovia sempre os carros entram e vão na pista dos ciclistas. Eu já vi. Uma vez eles entram com tudo. Eu fui de bicicleta para ir ao mercado e, quando entrei na ciclovia, veio um Gol branco e passou muito pertinho mesmo de mim”, comentou.
Jucilene relatou que os motoristas não respeitam sequer o semáforo no local. “A gente vai passar e os motoqueiros também vem com tudo. Outro dia um quase me atropelou ali [na ciclovia}", contou. Ela estava com a neta e lembra que o condutor freou bruscamente, muito próximo delas. "Quase me atropelou. De tarde é um transtorno maior. Eu desço até da bicicleta porque é mais seguro”, concluiu.
O Campo Grande News entrou em contato com a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) para esclarecer as denúncias recebidas e saber qual a avaliação da pasta sobre a segurança dos ciclistas no local, entretanto, até a publicação desta reportagem não obteve respostas. O espaço segue aberto para manifestações.