Comitê veta vacinação de bancários e profissionais do comércio em MS
Categorias queriam ser incluídas em grupo prioritário para receber vacina por conta de exposição no trabalho
Durante coletiva nesta sexta-feira (18), o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, informou que bancários não serão incluídos nos grupos prioritários para serem vacinados contra a covid-19 em Mato Grosso do Sul.
Além dessa categoria, foram barrados oficiais de Justiça, conselheiros tutelares, guardas patrimoniais, e profissionais do comércio. Todas esses grupos tinham pedido prioridade e estudava-se utilizar os 10% de vacinas que ficam na "reserva técnica", que é mantida para evitar que faltem doses aos grupos definidos previamente.
A decisão foi tomada depois de reunião entre a SES (Secretaria Estadual de Saúde) e o Cosems (Conselho de Secretarias Municipais de Saúde) de Mato Grosso do Sul.
Os funcionários de bancos fizeram carreatas nesta semana, reivindicando essa inclusão no calendário vacinal, e chegaram até a se encontrar com o titular da Saúde. O pedido foi feito pelo Sindicato do Bancários tanto de Campo Grande quanto de Dourados.
Os municípios entendem, através dos seus secretários de Saúde, que devemos avançar na faixa etária. Não foi aprovado, vamos continuar a distribuir vacinas conforme o decreto", disse Resende.
Atualmente, 70% das doses totais são utilizadas para dar seguimento a vacinação por faixa etária, enquanto o restante, 30%, ficam disponíveis para os grupos priorizados pelo governo federal, por meio do PNI (Plano Nacional de Imunização).
Foi aprovado apenas a inserção de crianças a partir de 12 anos, que tenham comorbidade, para receberem vacinas da Pfizer, além de grávidas sem comorbidade, desde que tenham indicação médica.
Queriam prioridade - Os grupos tinham motivos para justificarem a inclusão no calendário de vacinação contra a covid-19, mas não foram o bastante para ter o aval dos municípios.
No caso dos bancários, foi considerada a exposição à clientes na rotina de trabalho da categoria, sobretudo trabalhadores vinculados a bancos públicos como a Caixa Econômica Federal, que na visão do secretário estadual de Saúde têm contato com muitas pessoas que vão retirar benefício do Auxílio Emergencial.
Além disso, profissionais do comércio também queriam prioridade por conta da exposição no trabalho, além de alegarem ter sido um dos setores que mais foram prejudicados por conta das medidas restritivas. "Entendia que a única forma de fazer a compensação desses sacrifícios que estão tendo seria inseri-los no processo de vacinação", disse Resende.
No caso dos oficiais de Justiça, que manifestaram interesse por meio do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), bem como dos conselheiros tutelares, foi considerado que o trabalho de visitações presenciais não cessou durante a pandemia. "O número de crianças vítimas de maus-tratos cresceu, inclusive, infelizmente, o numero de agressões às mulheres tem sido elevado na época de isolamento", finalizou.