Bancários atravessam Capital para pedir prioridade na vacinação contra covid
Carreata teve início no bairro Amambaí e seguiu para o Parque dos Poderes
Bancários atravessaram Campo Grande na manhã desta quarta-feira (16) para protestar pedindo prioridade na vacinação contra a covid. O grupo de trabalhadores saiu da sede da Fetems (Federação Estadual dos Trabalhadores em Educação), no bairro Amambaí, rumo ao Parque dos Poderes.
A carreata, liderada por um caminhão de som, seguiu com buzinaços pelo Centro da Capital. Os veículos foram adesivados na tentativa de pressionar o poder público para que o setor receba as doses do imunizante rapidamente.
A coordenadora do protesto, Neide Maria Rodrigues, de 50 anos, reclama que a atuação profissional entra como serviço essencial, que não deve fechar mesmo em bandeira cinza, o grau mais alto de risco de contaminação da covid, porém o mesmo não ocorre em relação a vacinação.
“Milhares de pessoas passam todos os dias nas agências. Tivemos que fazer plantão aos fins de semana para atender a população. Os idosos vão sacar o salário, as pessoas vão para o auxílio [emergencial]. Estamos nos cuidando, mesmo assim muitas pessoas circulam e as agências se tornam foco de disseminação”, afirma.
Segundo ela, 35% da classe já foi contaminada em Campo Grande. “Temos colegas intubados, com famílias nos hospitais”, complementa.
Raul Verão, de 56 anos, é vice-presidente do Sindicato dos Bancários de Dourados. Ele conta que veio para Campo Grande há duas semanas para reivindicar a vacina. “O secretário [Geraldo Resende] não descarta a possibilidade de vacinação, mas para atender a demanda não depende dele”, lamenta.
Carlos Longo, de 61 anos, presidente do Sindicato de Dourados, disse que o secretário se solidarizou com o grupo, porém não tem doses suficientes. “Entendemos que falta vacina, vamos continuar reivindicando”, disse. Segundo ele, o objetivo agora é mobilizar trabalhadores de outros municípios.
O secretário de Saúde, Geraldo Resende, conversou rapidamente com os bancários em frente ao prédio da pasta. “A gente abriu critério por faixa etária, é o mais democrático. Estamos avançando. Em Campo Grande já está em 49 anos”, lembrou. O secretário disse que as pressões são legítimas, mas abrir para um setor pode ser “desconfortável” com outro. “Infelizmente o país não se preparou para comprar vacina num momento oportuno”.
A intenção é que os profissionais sejam recebidos pela Secretaria Estadual de Saúde e caso não tenham sucesso com o protesto, acionem o sindicato da categoria para pressionar o poder público.
Conforme o sindicato, Campo Grande e outros 27 municípios ao redor contam com cerca de 2,2 mil trabalhadores. Em Dourados são mais 700 profissionais.