Contraceptivos herdados do Ministério da Saúde foram para o lixo em MS
Vencidos em fevereiro, foi necessário fazer o descarte do carregamento
De acordo com a SES (Secretaria de Saúde do Estado), em Mato Grosso do Sul, foi necessário descartar medicamentos contraceptivos, enviados pelo Ministério da Saúde no final de 2022. O Governo do Estado justifica que o prazo para uso era muito curto, com vencimento em fevereiro de 2023.
Questionada sobre a quantidade de lotes que foram parar no lixo, a assessoria não deu detalhes: "Temos o registro do todo, mas uma parte foi dispensada. Não temos como fazer essa separação agora".
Também não foi informado o valor do estoque, apenas que vieram de lotes comprados pela gestão do antigo Governo Federal, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A secretaria esclarece que a distribuição dos medicamentos depende da demanda solicitada por cada município e devido ao prazo curto de validade, faltando apenas 60 dias para o vencimento, foi necessário fazer o descarte.
Nacionalmente, a atual gestão do Ministério da Saúde culpa o governo anterior pelo acúmulo de produtos com validade curta. Integrantes da pasta dizem que diversas compras foram feitas sem planejamento e não houve esforço em entregá-las dentro do prazo.
O ministério afirma que recebeu da gestão passada cerca de 160 milhões de itens com validade expirando de janeiro a julho. Os produtos valem R$ 981,8 milhões, segundo a pasta.
O ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga disse à Folha que as áreas técnicas eram responsáveis pelas compras e negou ter faltado empenho para a entrega de vacinas e produtos como anticoncepcionais.
O ministério ainda guarda cerca de 7,1 milhões de frascos de imunizantes de diversas doenças com validade até o fim de julho, sendo 4 milhões da vacina meningocócica, que protege crianças contra a meningite. Cerca de 900 mil frascos de vacinas da covid, com cinco doses cada, estão no mesmo estoque.