Depois de embates com professores, governo reabre negociação
Motivo de discórdia, equiparação de salário entre concursados e temporários voltou à pauta
Depois de embates intensos neste ano, professores e representante do governo do Estado voltaram a negociar melhorias para categoria nesta sexta-feira. Motivo de protestos, a equiparação de salário entre concursados e temporários é uma das pautas trazidas pela Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul).
Também será alvo de discussão a militarização das escolas públicas, proposta pela presidente Jair Bolsonaro e que começa a ser implantada em outros estados. Paralisação nacional, realizada no dia 2 e 3 de outubro, foi criticada pelo governador Reinaldo Azambuja. Para ele, o ato tinha caráter político e prejudicava os alunos.
Em julho, a polêmica foi projeto de lei complementar que alterou as regras para contratação de professores temporários da Rede Estadual de Ensino. Entre as mudanças estava a redução do salário dos temporários. Até então, os contratados recebiam R$ 6.079 por cumprir 40h semanais, referente ao piso regional, mesmo salário pago aos concursados. Com as novas medidas, os professores temporários passaram a receber R$ 4.100 por 40h semanais.
Com a proposta, a administração estadual defende que seria gerada economia de até R$ 130 milhões ao ano. Hoje, 11 mil professores temporários e 8 mil efetivos trabalham na Rede Estadual de Ensino. Outra mudança foi o adiamento do prazo para adequação do pagamento do piso salarial de 20 horas até 2024, quando o acordo dos professores com o governo era até 2022.
As mudanças enfrentaram resistência dos professores, com protestos na Assembleia Legislativa, na tentativa de impedir a aprovação do projeto. O texto foi tão polêmico que até deputados da base do governo votaram contra a proposta do Executivo Estadual.
Na reunião realizada hoje entre a diretoria da Fetems e o secretário de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel, também foram colocadas na mesa de negociação a eleição direta para diretores das escolas estaduais e a negociação salarial para os administrativos da educação, que inclusive chegaram a paralisar as atividades em maio deste ano, para pressionar pela incorporação de abono salários de R$ 200.
Depois da reunião, a direção da Fetems vai manter as mobilizações e as assembleias regionais, com o compromisso de, por enquanto, durante as negociações, suspender os atos públicos contra o governo. “Essa primeira audiência foi um avanço a retomada do diálogo entre Fetems e o governo para debater as pautas de reivindicações dos professores, trabalhadores e administrativos em educação, definidos no movimento #Basta Azambuja e acrescido dos pontos debatidos no Conselho de Presidentes”, disse o presidente da Fetms, professor Jaime Teixeira.
O encontro terminou com nova reunião marcada para o dia 30 de outubros, às 8h.