Dono de 427 kg de cocaína, "Zóio do PCC" pega 22 anos de prisão
Adriano Moreira da Silva era um dos principais compradores da cocaína traficada pelos irmãos Odir e Odacir Corrêa
Adriano Moreira da Silva, 39 anos, o “Zóio do PCC”, foi condenado a 22 anos, sete meses e dez dias de prisão, em regime fechado, por tráfico de drogas e associação ao tráfico. Segundo a denúncia, ele era um dos principais compradores das remessas de cocaína envidas pelo grupo comandado pelos irmãos Odir e Odacir Santos Corrêa, descoberto na Operação Nevada, em 2016.
A condenação imputada pelo juiz da 3ª Vara Federal de Campo Grande, Bruno Cezar da Cunha Teixeira e publicada hoje no Diário Oficial.
Adriano seria uma das lideranças do PCC (Primeiro Comando da Capital), sendo responsável pela redistribuição de cocaína comprada de vários grupos do tráfico. Um deles era o comandado pelos irmãos Odair e Odacir, com quem mantinha relação constante, conforme interceptações telefônicas. O homem também era conhecido por "Zoião", "Zarolho", "Cego", "Olhinho" e "Olho Torto), por conta de problema visual.
A investigação culminou na Operação Nevada, deflagrada em 2016 pela Polícia Federal, resultando na apreensão de 806 quilos de cocaína, dólares, carros de luxo e joias. Adriano foi considerado foragido na época, sendo preso em 20 de julho de 2018, em Crato (CE). A pedido da Justiça Federal de Campo Grande foi transferido para o Presídio Federal de Mossoró (RN).
Envolvimento – em Mato Grosso do Sul, conforme a denúncia, Adriano contava com o apoio do primo, Glauco de Oliveira Cavalcante. “Zóio do PCC” é descrito como principal comprador do grupo dos irmãos Odair e Odacir. Glauco trabalhava como motorista e auxiliar nas viagens de Adriano para negociar com fornecedores de entorpecente.
Pela denúncia, Adriano é o dono de U$ 894 mil em espécie apreendidos em setembro de 2015. O dinheiro foi enviado por ele para a compra de cocaína na Bolívia. Em agosto de 2015, a PF apreendeu 427 quilos da droga em rodovia próxima de Rio Brilhante, de propriedade de “Zóio do PCC”, avaliada em R$ 8,5 milhões.
A defesa tentou desqualificar as interceptações telefônicas e que não teve acesso a todos os autos, dificultando a argumentação. “Esta versão de que o acusado não possui qualquer conhecimento acerca das imputações da denúncia é, para dizer o mínimo, seriamente questionável”, alegou o magistrado.
Adriano foi condenado pelos crimes de tráfico e associação ao tráfico, sendo mantida a prisão.
Investigação – segundo a PF, o grupo criminoso comandado pelos irmãos enviava grandes quantidades de cocaína da Bolívia para São Paulo, literalmente arremessando fardos de droga de aviões na área rural de municípios como Bodoquena Bonito e Porto Murtinho. A carga, depois, era levada em veículos ou enterrada para despacho futuro. Um dos alvos da operação foi uma mansão na Rua Nevada, com estátuas luxuosas.