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Cidades

Dos afastamentos por covid na Capital, 60% são de técnicos de enfermagem

Dados do MPT mostram a concessão de benefícios previdenciários em 2020, sendo 518 decorrentes da doença em MS

Lucia Morel | 20/11/2021 08:58
Profissionais de saúde representam maior fatia de afastamentos pelo INSS no ano passado. (Foto: Paulo Francis)
Profissionais de saúde representam maior fatia de afastamentos pelo INSS no ano passado. (Foto: Paulo Francis)

Dados do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) mostram que em todo ano de 2020, 518 trabalhadores foram afastados de seus empregos devido doenças causadas por vírus ou covid-19. O número faz parte do Observatório do MPT (Ministério Público do Trabalho), que revela também 263 afastamentos somente em Campo Grande.

Os números se baseiam na concessão de benefícios previdenciários por doenças classificadas oficialmente na CID (da sigla em Inglês, Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde) B34, que são as causadas por vírus de localização não especificada) e U07, que é a identificação para a covid-19.

Conforme o observatório, o afastamento decorrente de doença por vírus está incluído junto aos dados de covid-19, porque até então, as licenças por esse tipo de enfermidade eram quase inexistentes, mas houve aumento no ano passado, o que chamou a atenção das autoridades trabalhistas.

“A hipótese que os dados sugerem, além do tempo necessário ao diagnóstico, é a de que, dada a falta de orientação/taxonomia precisa quanto à notificação, os registros foram feitos com o uso de CIDs existentes, alguns dos quais, a exemplo do B34, até então nunca ou apenas raramente haviam sido utilizados”, diz a análise.

Fonte: Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho (MPT/OIT).
Fonte: Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho (MPT/OIT).

Em Campo Grande, segundo o observatório, denominado de Segurança e Saúde no Trabalho, elaborado pelo MPT e pela OIT (Organização Internacional do Trabalho), o afastamento de técnicos de enfermagem representam 60% dos casos, representando 12 profissionais, seguido de 15% de enfermeiros e trabalhadores em auxiliar de enfermagem, auxiliar de escritório e de análises clínicas, técnicos em patologia e fisioterapeutas, representando 5% cada um.

No Brasil, maioria dos afastamentos por vírus e covid-19 também foram de técnicos de enfermagem, que representam 15% das notificações. Em seguida, quem mais recebeu os benefícios previdenciários foram os operadores de telemarketing (5%), faxineiros (5%), vigilantes (5%) e repositores de mercadorias, com 3% dos afastamentos pelo INSS.

Quanto às notificações de acidentes de trabalho decorrentes do novo coronavírus, foram 214 em todo Estado em 2020 e 62 na Capital. Chama a atenção, no entanto, Dourados, onde houve 92 casos registrados, superando Campo Grande.

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