Em 12 anos, o número de mulheres na chefia da casa aumentou em MS
Em Campo Grande, 50,2% das residências têm mulheres como responsáveis, o que equivale a 163.719 mil
Há 6 anos, a aposentada Maria Odete, de 71 anos, passou a ser a chefe da família quando o esposo teve três AVCs (Acidente Vascular Cerebral) e ficou acamado. Ela tem sete filhos, seis deles moram em Rondônia. Uma das filhas vive numa edícula no fundo da casa dela, é mãe solo e responsável, sozinha, pelo sustento dos sete filhos pequenos.
Moradoras do Jardim Noroeste, as duas fazem parte dos últimos dados divulgados pelo Censo 2022, sobre composição familiar, que mostra o aumento de mulheres à frente dos lares em Mato Grosso do Sul.
Em 12 anos, de 2010 para cá, o percentual aumentou de 36,3% para 46,9%, ou seja, 10,6%. O levantamento foi divulgado nesta sexta-feira (25) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em Mato Grosso do Sul, foram entrevistados 981.011, sendo 325.986 em Campo Grande.
Na Capital sul-mato-grossense, 50,2% das residências têm mulheres como responsáveis, o que equivale a 163.719. Já os homens respondem por 49,7% dos lares, ou seja, 162.267. Porém, dos 79 municípios, as mulheres aparecem no comando da casa, em 13 cidades: Ponta Porã, Amambai, Jardim, Fátima do Sul, Miranda, Mundo Novo, Guia Lopes da Laguna, Aral Moreira, Tacuru, Antônio João, Corguinho e Alcinópolis.
Independência econômica - Em dez estados do País, oito deles do Nordeste, também são as mulheres que comandam mais da metade das residências. Conforme o censo, os estados com a maior proporção de unidades domésticas chefiadas por mulheres são: Pernambuco (53,9%), Sergipe (53,1%), Maranhão (53,0%), Amapá (52,9%), Ceará (52,6%), Rio de Janeiro (52,3%), Alagoas (51,7%), Paraíba (51,7%), Bahia (51,0%) e Piauí (50,4%). O Rio de Janeiro é o único estado que não faz parte das regiões Nordeste e Norte. Por outro lado, os menores percentuais são encontrados em Rondônia, com 44,3%, e em Santa Catarina, com 44,6%.
Para Márcio Minamiguchi, gerente de Estimativas e Projeções de População do IBGE, isso é resultado de uma combinação de fatores que vêm mudando ao longo do tempo. “O aumento da independência econômica das mulheres, a maior presença no mercado de trabalho e o aumento da renda contribuem para essa questão de identificação como responsáveis [da casa]”, destacou.
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