Em MS, fogo consumiu R$ 1,6 milhão em eucalipto de indústria da celulose
Dos 1,1 mil hectares de florestas plantadas no Estado, 123 foram destruídos pelos incêndios
Não só o meio ambiente sofre com as queimadas, mas também a agricultura e pecuária. Embora não seja possível dimensionar quanto do total de 1 milhão de hectares consumidos pelo fogo em Mato Grosso do Sul são de plantações, pasto e áreas de vegetação nativa, o setor florestal consegue dar uma dimensão do prejuízo.
O Estado tem hoje 1,1 mil hectares de florestas de eucalipto plantadas – a maior parte na região leste –, dos quais, 123 hectares foram destruídos neste ano.
Hoje, 1 hectare produz cerca de 250 metros cúbicos de eucalipto e para celulose, cada metro cúbico é vendido a aproximadamente R$ 55. Num cálculo grosseiro, é possível chegar ao prejuízo de R$ 1,6 milhão, explica Dito Mário, diretor-executivo da Reflore-MS (Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas de MS). “Isso se toda essa plantação estivesse no ponto de colheita”, ressalva, lembrando ainda que não aproveitada para a indústria da celulose, a floresta pode ser vendida para a produção de carvão ou energia, por exemplo.
“De qualquer forma, gera um transtorno significativo, além da perda econômica, porque a indústria tem toda uma programação”, destaca.
O diretor da Reflore lembra que o setor foi alertado que 2019 tinha chances de ter mais focos de queimadas por causa do comportamento atípico das chuvas e se preparou. “Aqui na costa leste, nossas empresas associadas ajudaram a combater inúmeros incêndios”.
Dito explica que parte da floresta plantada em Mato Grosso do Sul é monitorada 24 horas por câmeras de segurança e que produtores mais estruturados mantém brigadas de incêndio. “Se não fosse essa estrutura, o desastre poderia ser bem maior. Sem contar que tem os produtores que não são nossos associados e todo o resto do setor produtivo. Tem gente que perde pasto, lavoura, maquinário, área de reserva. O prejuízo é imensurável”.
Atraso no plantio – A Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) não conseguiu chegar a um valor do prejuízo ou soma das áreas produtivas afetadas pelas queimadas, mas adianta que embora já houvesse previsão de atraso no plantio da soja por causa das condições climáticas, também os incêndios podem ter impacto neste setor da agricultura.
“O atraso para o início do plantio da temporada de soja 2019/2020 já é esperado, haja vista que os modelos climáticos indicam ausência de chuvas até início de outubro”, informou a federação por meio de nota, ressaltando que além da onda de calor e o tempo seco, as queimadas interferem diretamente nas condições do solo. Geralmente, o período do plantio vai até o fim de dezembro, mas prazo pode ser prorrogado.