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Cidades

Partos na infância e adolescência caíram 50% na última década

Queda acompanha a registrada em todo o Brasil no mesmo período: agosto de 2014 a agosto de 2024

Por Cassia Modena | 25/12/2024 17:05
Adolescente indígena grávida em aldeia urbana de Campo Grande (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)
Adolescente indígena grávida em aldeia urbana de Campo Grande (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

Menos meninas e adolescentes tiveram partos na última década em Mato Grosso do Sul. Segundo dados parciais de 2024 do Sistema de Informações de Nascidos Vivos do Ministério da Saúde, entre janeiro e agosto caiu pela metade a quantidade de bebês que elas pariram em comparação ao mesmo período de 2014.

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Mato Grosso do Sul registrou uma redução de 50% no número de partos de meninas e adolescentes entre janeiro e agosto de 2024, comparado ao mesmo período de 2014. Neste ano, 149 bebês nasceram de meninas com até 14 anos, todas vítimas de estupro, e 3.211 de adolescentes entre 15 e 19 anos. Campo Grande e Dourados lideram os registros. A queda no estado acompanha tendência nacional, com redução de 54% em partos de meninas e adolescentes no mesmo período. Apesar da diminuição, a gravidez precoce ainda representa alto risco para a mãe e o bebê, além dos impactos sociais, emocionais e econômicos.

Este ano, 149 bebês nasceram de meninas de até 14 anos. Todas são vítimas de estupro, pois o Código Penal define crime "ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos”. Mães adolescentes que têm entre 15 e 19 anos tiveram 3.211 filhos.

Campo Grande e Dourados, além de municípios da mesma região em que ficam, lideram o número de partos. A cor autodeclarada pela maioria entre essas meninas e adolescentes é parda.

Há 10 anos, o total de partos de crianças e adolescentes era 50% mais elevado no Estado: o total de 6.494 foi realizado, no total, durante o período. No fim daquele ano, o número subiu para 9.536.

O número foi caindo gradativamente ao longo dos anos. Ainda assim, 3.062 bebês nasceram de mães que estavam na infância ou na adolescência, fases da vida em que a gestação é de alto risco para as vidas das gestante e do bebê, sem citar os impactos sociais, emocionais e econômicos da gravidez precoce, sendo a gestação decorrente considerada estupro ou não.

Brasil - A queda no número de partos em Mato Grosso do Sul acompanha a nacional. No País, 54% partos a menos foram feitos nesses grupos vulneráveis e no mesmo período analisado no Estado.

O total de meninas e adolescentes que gestaram em todos os estados e no Distrito Federal este ano foi de 172.857. O Pará foi o estado com mais partos entre meninas até 14 anos (707). São Paulo foi o que teve mais entre adolescentes de até 19 anos (23.985).

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