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Cidades

Em seis anos, MS teve aumento de 106,3% no número de registros de armas de fogo

Paralelamente ao crescimento no número de registros de armas, relatório destaca aumento no número de CACs

Mylena Fraiha | 20/07/2023 18:51
Armas de fogo utilizadas por caçadores (Foto: Agência Senado/Reprodução)
Armas de fogo utilizadas por caçadores (Foto: Agência Senado/Reprodução)

Mato Grosso do Sul teve um aumento de 106,3% no número de registros de armas de fogo ativos entre 2017 e 2022, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023, divulgado nesta quinta-feira (20).

Enquanto o número de registros de armas de fogo ativas aumentava, também foram registradas quedas no número de registros vencidos.

Em 2021, a Polícia Federal computou 24.469 armas sem registros em MS. Já em 2022, o número caiu para 24.231 armas. Os dados referem-se aos registros que estavam vencidos em dezembro de cada ano.

Crescimento nacional - O anuário também mostra que diversos estados brasileiros foram afetados por esse crescimento vertiginoso. O estado com maior crescimento no número de registros foi Sergipe, com uma taxa de crescimento de 303,1%.

O segundo estado foi o Espírito Santo, com 269,6%, seguido por Roraima, em terceiro lugar, com um crescimento de 233,8%. O estado com menor crescimento foi o Acre, com 72,6%.

Em paralelo ao crescimento no número de registros de armas, o relatório destaca um aumento na emissão de certificados de registros para CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores) em todo o território nacional.

Em 2005, o número de emissão de registros era de 13.378. Ano passado, o número subiu para 783.385. Trata-se de um crescimento de 5.768% no número de CACs no Brasil durante o período de 2005 a 2022.

Apreensões - Entre os anos de 2021 e 2022, um total de 1.791 armas de fogo foram apreendidas pelas unidades policiais vinculadas à Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul), pela Polícia Rodoviária Federal e pela Polícia Federal, no estado de Mato Grosso do Sul. Deste montante, 182 armas foram confiscadas em rodovias federais do Estado.

No ano de 2021, foram apreendidas 925 armas de fogo, enquanto em 2022 esse número caiu para 866 apreensões. Destas, 94 armas foram recolhidas em rodovias federais em 2021, e 88 armas em 2022.

Em todo o Brasil, nesse período de dois anos, o total de armas de fogo apreendidas atingiu a marca de 221.203. Dessas apreensões, 4.601 ocorreram em rodovias federais. As ações de combate ao tráfico e porte ilegal de armas têm sido fundamentais para conter o uso ilegal de armamentos no país.

Venda de munições - Com base nos dados do anuário, foi constatado que o Brasil apresentou um notável crescimento de 147,0% na quantidade de cartuchos de munição vendidos no mercado nacional entre os anos de 2017 e 2022.

O varejo se destacou como o principal comprador de munições, registrando um crescimento percentual expressivo de 196,5%. Em sequência, as entidades de tiro desportivo também tiveram uma significativa elevação de 196% nas aquisições.

A venda de munições para atiradores desportivos e caçadores acompanhou essa tendência de crescimento, apresentando uma taxa de 83,6% no mesmo período.

Em contraste, os órgãos públicos, responsáveis pelo uso institucional das munições, enfrentaram uma queda acentuada de -174,8% nas compras. Essa dinâmica também se repetiu nas forças armadas, com uma redução significativa de -79% na aquisição de munições.

O anuário aponta que empresas de segurança privada também registraram uma queda em suas compras de munições, com uma taxa de variação de -33,8%.

Conforme cita o anuário, durante a gestão anterior do Governo Federal, algumas medidas facilitaram o acesso a armas de fogo e a aquisição de grandes quantidades de armas e munições, incluindo calibres antes restritos à policiais e militares.

No primeiro semestre de 2019, foi modificada a classificação de calibres, o que possibilitou que CACs pudessem adquirir pistolas calibre 9 mm, revólveres calibre 357 e até alguns modelos de fuzis.

Além disso, o anuário ressalta que o limite de armas e munições que poderiam ser adquiridas aumentou significativamente, permitindo que um atirador desportivo adquirisse até 60 armas de fogo, incluindo pistolas calibre 9 mm e fuzis calibre 7.62, uma quantidade maior do que a maioria dos batalhões de Polícia Militar e delegacias do país.

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