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Cidades

Ex-prefeito acusa presidente da Câmara de Anastácio de mentir em depoimento

Presidente teria dado duas versões sobre o que viu no dia da morte de Dinho; denúncia foi feita no MP

Por Lucas Mamédio | 06/06/2024 16:02
O ex-prefeito de Anastácio, Douglas Melo Figueiredo, à esqueda e esidente da Câmara Municipal, Ademir Alves Guilherme à direita
O ex-prefeito de Anastácio, Douglas Melo Figueiredo, à esqueda e esidente da Câmara Municipal, Ademir Alves Guilherme à direita

O ex-prefeito de Anastácio, Douglas Melo Figueiredo (PSDB), investigado pelo envolvimento no assassinato do ex-vereador Wander Alves Meleiro, o Dinho Vital, de 40 anos, acusou o atual presidente da Câmara Municipal da cidade, Ademir Alves Guilherme (PSD), de falso testemunho em depoimentos sobre o caso, isso para obter vantagens eleitorais em 2024. Dinho morto a tiros após confusão em uma festa da cidade, que fica a 122 km de Campo Grande.

Conforme pedido de investigação criminal feito ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul, Ademir, teria dado duas versões diferentes sobre o que testemunhou no dia da morte de Dinho durante e depois da festa.

A primeira versão de Ademir foi dada à Corregedoria da Polícia Militar, em maio, quando ele disse que viu Douglas sair com outra pessoa da festa cinco minutos antes dos dois policiais militares, Valdeci Alexandre da Silva Ricardo, e Bruno César Malheiros dos Santos, suspeitos terem atirado em Dinho na rodovia.

A segunda versão, feita junto ao Ministério Público posteriormente, segundo Douglas, tenta colocá-lo como mandante do crime. Nesta versão, Douglas teria conversado com Valdeci antes de sair da chácara. Depois ele teria viso Valdeci sair com Bruno em alta velocidade em direção à rodovia.

Com isso, Douglas pede ao MP que apure o cometimento de crime de falso testemunho por conta das duas versões destoantes.

Ainda durante a fundamentação do pedido, o ex-prefeito diz que motivação pela suposta dubiedade nos depoimentos de Ademir seria porque, assim como Douglas, ele também é pré-candidato à prefeitura.


Entenda - Douglas e dois policiais militares, identificados como Valdeci Alexandre da Silva Ricardo, e Bruno César Malheiros dos Santos, são investigados pela morte de Dinho Vital, ocorrida no fim da tarde do dia 8 de maio.

As informações são de que o caso esteja ligado a briga política e que os dois militares envolvidos, que atiraram em Dinho, faziam parte da equipe de segurança particular contratada por Douglas Figueiredo - apontado como mandante do crime.

Dinho foi morto na BR-262, logo após brigar com o ex-prefeito Douglas Melo Figueiredo, durante festa de comemoração do aniversário de 59 anos de Anastácio, em uma chácara próxima à rodovia.

Segundo relataram testemunhas, o ex-vereador, aparentemente alcoolizado, discutiu com o ex-prefeito na festa. A briga começou depois que o atual prefeito, Nildo Alves (PSDB), anunciou que lançaria Douglas pré-candidato pelo partido, e foi separada por outros frequentadores.

O ex-vereador saiu, voltou armado e ficou às margens da rodovia com o carro Fiat Toro. Abordado, os policiais militares disseram que Dinho Vital reagiu e houve troca de tiros, quando o ex-vereador acabou foi atingido. O Toro ficou com o pneu furado na rodovia e uma arma também foi encontrada próxima ao corpo.

Apesar do relato de troca de tiros dado pelos militares, apenas Dinho levou tiros, um que atingiu a região posterolateral direita e atravessou o tórax.

Em nota, a Polícia Militar alega que os militares viram na rodovia uma pessoa armada com pistola, que seria Dinho, anunciaram que eram policiais e ordenaram que colocasse a arma no chão. "(...) mesmo assim o homem não acatou a ordem legal dos PMs e, com arma em punho, partiu em direção aos policiais".

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