Após operação, viúva de ex-vereador morto a tiros diz estar confiante na Justiça
Dinho Vital foi morto no fim da tarde do dia 8 de maio, logo após brigar com o ex-prefeito de Anastácio
Após operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), na manhã de sexta-feira (17), Marylene Beltrão, de 43 anos, viúva do ex-vereador de Anastácio Wander Alves Meleiro, o "Dinho Vital", diz que está confiando na Justiça.
Dinho, de 40 anos, foi morto na BR-262, no fim da tarde do dia 8 de maio, logo após brigar com o ex-prefeito de Anastácio, Douglas Figueiredo (PSDB), durante festa de comemoração do aniversário de 59 anos do município, em uma chácara próxima à rodovia.
“Eu estou confiando na Justiça, no Ministério Público, porque a gente tem que confiar. Eu tenho sempre afirmado essas palavras. Eu sei que isso não vai ficar impune”, disse.
Ela depôs por cerca de 3 horas, na última sexta-feira, para a Corregedoria da Polícia Militar. “Foi um depoimento muito tranquilo, senti confiança, não senti em nenhum momento que foram induzidos a alguma coisa. Eu confio que a Corregedoria vai tomar as devidas providências. Eu acredito que a Justiça vai ser feita, eu acredito que os culpados vão ser punidos”, afirmou.
O caso – Conforme relato das testemunhas, o ex-vereador, aparentemente alcoolizado, discutiu com o ex-prefeito na festa. A briga começou depois que o atual prefeito, Nildo Alves (PSDB), anunciou que lançaria Douglas pré-candidato pelo partido. A confusão foi separada por outros frequentadores.
Depois disso, os relatos são de que Dinho saiu, voltou armado e que houve troca de tiros às margens da rodovia com o carro Fiat Toro. A versão da viúva é de que não houve troca de tiros e que Dinho não teve nem tempo de atirar.
Dois policiais militares, Valdeci Alexandre da Silva Ricardo, de 41 anos, e Bruno César Malheiros dos Santos, de 33 anos, estão envolvidos na ocorrência como suspeitos.
Testemunhas afirmam que eles trabalham como seguranças de Douglas, mas ambos negam e alegam que estavam na festa por motivos diferentes. Valdeci explicou que foi convidado por amigo e Bruno afirmou em depoimento que estava de folga e fez parte da produção da banda contratada para animar a comemoração.
Operação – Os dois policiais se entregaram depois de serem comunicados das ordens de prisão temporária (30 dias) dadas pelo juiz Luciano Pedro Baladelli, da 1ª Vara da Comarca de Anastácio.
De acordo com o Gaeco, além dos dois mandados de prisão, foram cumpridas três ordens de busca e apreensão, nas casas dos PMs e do ex-prefeito de Anastácio. Os endereços vasculhados são em Anastácio e Aquidauana.
Douglas, que tem planos de voltar ao comando da cidade em 2025, - se vencer as eleições deste ano -, acabou preso em flagrante por posse ilegal de armas e munições. Foram apreendidas na residência do ex-prefeito duas carabinas, calibre 22 e 38, uma pistola 9 milímetros, um carregador e 14 munições, tudo sem documentação.
Horas após a prisão, a defesa do ex-prefeito de Anastácio foi à Justiça para pedir para libertá-lo. Ele deixou a prisão após pagar fiança de R$ 15 mil.
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