ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, SEGUNDA  23    CAMPO GRANDE 30º

Cidades

Fazendas dominam lista de trabalhadores escravizados em MS

Ministério do Trabalho listou 20 empregadores que mantinham 187 funcionários em regime de escravidão no Estado

Jhefferson Gamarra | 05/04/2023 14:31
Local onde funcionários de fazenda do Pantanal sul-mato-grossense foram resgatados (Foto: Reprodução)
Local onde funcionários de fazenda do Pantanal sul-mato-grossense foram resgatados (Foto: Reprodução)

O MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) atualizou nesta quarta-feira (5) a lista de empresários e empregadores que tenham submetido seus funcionários ao trabalho escravo. De acordo com a “lista suja” apresentada pela pasta, 187 trabalhadores de Mato Grosso do Sul estavam submetidos ao regime de escravidão. A atualização da lista ocorre em abril e outubro de cada ano.

Na atualização, foram incluídos sete novos empregadores de Mato Grosso do Sul, os demais já figuravam na lista em 2021 e 2022. A inclusão das empresas na lista tem como base as decisões que não cabem mais recurso de casos de trabalho escravo identificados pela inspeção do trabalho entre os anos de 2018 e 2022. A inserção no Cadastro permanece por 2 anos, sendo retirada da lista após esse período.

No Estado, fazendeiros dominam a lista de escravagistas. Foram identificados funcionários em regime de escravidão trabalhando em propriedades rurais de Corumbá; Ponta Porã; Porto Murtinho; Anastácio; Naviraí; Campo Grande; Antônio João; Nioaque; Bela Vista e Itaquiraí. A lista também incluiu uma empresa de construção civil com sede em Campo Grande.

Dentre os empregadores escravagistas, destaca-se a JC Mecanização e Plantações Agrícolas, localizada na Fazenda Umuarama, em Naviraí, onde foram encontrados 44 trabalhadores em regime de escravidão. Na Fazenda LH, em Itaquiraí, o proprietário Vilceu Roberto Pivetta mantinha 24 trabalhadores escravizados. Em Anastácio, a empresa Flora Transportes mantinha 20 trabalhadores em regime de escravidão na Fazenda Graça de Deus.

Em locais onde são encontrados trabalhadores em condição análoga à escravidão, são lavrados autos de infração para cada irregularidade trabalhista encontrada, que demonstram a existência de graves violações de direitos, e ainda, o auto de infração específico com a caracterização da submissão de trabalhadores a essas condições. Cada auto de infração gera um processo administrativo. Os valores de multas e sanções aplicadas não foram divulgados.

“Aqueles que forem flagrados fazendo uso de mão de obra análoga à de escravo devem ser devidamente responsabilizados”, reforçou o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, durante a divulgação da lista.

Nos siga no Google Notícias